FestAruanda prorroga inscrições até o dia 31 a pedido dos interessados

FestAruanda- Festival de Cinema da Paraíba - Divulgação

Um dos mais importantes festivais de cinema do Nordeste, o FestAruanda, realizado em João Pessoa, teve as inscrições prorrogadas até o dia 31 de agosto. O anúncio foi feito pela coordenação do festival através das redes sociais:

“Em virtude do grande número de pedidos de realizadores e produtores, e também por levar em conta as condições adversas em razão da pandemia, a organização do Festival Aruanda decidiu prorrogar o período das inscrições até às 23h 59 do dia 31 de agosto”, diz o anúncio em post no instagram. As inscrições poderão ser feitas em plataforma especial no site oficial do festival – https://festaruanda.com.br

O 15º Fest Aruanda do Audiovisual Brasileiro esse ano se realizará de 3 a 10 de dezembro na rede Cinépolis (Manaíra Shopping), na capital paraibana, mais uma vez com patrocínio da Energisa/Usina Cultural, Cagepa-PB e Armazém Paraíba, com chancela da reitoria da Universidade Federal da Paraíba. O festival terá apoio da Secretaria estadual de Cultura e da prefeitura de João Pessoa (Funjope).

Segundo o diretor executivo do Festival, Lúcio Vilar, será um ano muito especial por conta da “tríplice celebração” (15 anos de fundação do festival, 60 anos do filme ‘Aruanda’, que dá nome ao evento paraibano, e os 90 anos de nascimento de Linduarte Noronha). Além disso, a ideia é que esse ano o Festival consiga ser realizado presencialmente, porque ao que parece, até lá, o Brasil terá conseguido amenizar os efeitos devastadores do vírus, que desestabilizaram as agendas de festivais brasileiros e no exterior em 2020.

As inscrições para 15ª edição estão abertas para longa e curta metragem de todo o Brasil, além de mais duas categorias: Curta Universitário de TCC (Trabalho de Conclusão de Curso) e Filme Publicitário, apenas para a Paraíba, sendo que a de Filme Publicitário contempla também trabalhos oriundos de disciplinas, por exemplo.

Videoclipe é outra categoria nova, aberta a todos os profissionais do meio, independentemente de vinculação com instituição de ensino superior.

O comitê de seleção de curtas segue sob coordenação de Amilton Pinheiro, que divide com Lúcio Vilar a curadoria e direção artística do festival. Além dele, no comitê, estão os jornalistas e críticos Suyene Santos, de Aracaju-SE e Marcus Mello, de Porto Alegre, que participa pela primeira vez dessa curadoria de curtas do Fest-Aruanda.

O coordenador do festival informou também que estão avançadas as tratativas para formalização, pela primeira vez, de uma parceria internacional. Protocolos de intenções foram oficializados entre o festival e a Universidade Lusófona, de Portugal, para materializar o intercâmbio.

“Na verdade, já avançamos a fase dos protocolos, já estamos em contato direto com a instituição portuguesa; tivemos na semana passa uma primeira conferência remota com os docentes Orlando Franco e Felipe Vale, representantes da instituição e vinculados aos cursos da área do audiovisual. Ou seja, muito em breve novidades deverão ser anunciadas, aguardem”, disse Vilar.

Aruanda é um documentário de curta-metragem brasileiro de 1960, dirigido por Linduarte Noronha. Misturando elementos da ficção, o filme é considerado a obra-prima do cineasta radicado na Paraíba e um dos precursores do movimento Cinema Novo.

Em uma eleição organizada pela Associação Brasileira de Críticos de Cinema, foi eleito um dos melhores documentários da história do cinema brasileiro.

O filme conta a história dos remanescentes de um quilombo em Serra do Talhado, mostrando o cotidiano dos moradores, jornadas de plantio e feitos de cerâmica “primitiva”. A partir de mesclas com elemento ficcional (o filme se inicia com os habitantes do quilombo representando os antepassados), o curta-metragem aborda uma realidade retratada com pouca ou nenhuma frequência na época em que foi feito no interior do Brasil até então.

Baseado em uma reportagem que havia escrito, o jornalista Linduarte Noronha partiu – junto com uma pequena equipe formada por Vladimir Carvalho, João Ramiro Mello e Rucker Vieira – ao interior da Paraíba para realizar filmagens sobre a vida miserável de descendentes de escravos de um quilombo na Serra do Talhado. Esta va munido de uma câmera emprestada pelo então Instituto Nacional do Cinema Educativo, comandado pelo cineasta Humberto Mauro, e um gravador Nagra.

Linduarte Noronha nasceu em  Ferreiros (PE) em 1930. Era radicado em João Pessoa (PB) onde foi professor do curso de Comunicação Social da UFPB, e faleceu em João Pessoa, em 2012.