Nos dias 28 e 29 de novembro, a Casa Vale do Dendê, localizada no Pelourinho, em Salvador, sediará a segunda edição da Black XP. O evento, promovido pela Aimo Tech como parte do Festival Afrofuturismo, tem como objetivo integrar jovens estudantes do 8º e 9º ano da rede pública municipal ao universo dos games e da tecnologia. Os três melhores colocados receberão prêmios como tablets, celulares e periféricos.
A programação começa na quarta-feira, 27, com uma transmissão ao vivo para abertura oficial. No dia 28, as atividades serão realizadas online. Já no dia 29, os participantes se reúnem presencialmente para apresentar os jogos desenvolvidos durante a Black Game Jam. O evento híbrido reflete a proposta de criar um ambiente inclusivo e inovador, conectando os estudantes ao universo tecnológico.
“Inspirar jovens em um momento crucial de escolha profissional é um dos maiores objetivos da Black XP. Queremos mostrar que o desenvolvimento de jogos e a tecnologia são caminhos acessíveis e reais,” afirma Tata Ribeiro, idealizadora do projeto e sócia-fundadora da Aimo Tech. Mestre em Gestão e Tecnologias pela UNEB, Tata é também uma artista visual e pesquisadora em Tecnologias Educacionais, além de atuar ativamente na promoção da diversidade e inclusão no setor.
A Black XP se destaca pela abordagem prática e inclusiva. Além de capacitar jovens da rede pública, o evento promove um espaço de troca entre os participantes e a organização, com ex-alunos da primeira edição assumindo a posição de monitores na segunda. “Isso demonstra a continuidade e o impacto direto do projeto. Estamos criando oportunidades reais, reforçando a ideia de que os jovens podem sonhar e alcançar voos maiores do que imaginamos para eles,” pontua Tata.
Dados da Pesquisa Game Brasil 2023 mostram que apenas 24% dos profissionais na área de tecnologia no país se identificam como negros. Esse cenário reforça a importância de ações como a Black XP para democratizar o acesso ao mercado de games e ampliar a representatividade. Mel Campos, criativista, designer estratégica e organizadora do evento, destaca o papel transformador da iniciativa: “Estamos criando futuros diversos, plurais e prósperos. Oportunizar jovens para o autoconhecimento e a percepção de suas potências criativas é essencial para ampliar suas visões de mundo e os lugares que podem ocupar.”
Na segunda edição, novos desafios foram enfrentados, especialmente em relação à estrutura necessária para garantir o acesso de todos os participantes. “Aprendemos com a primeira edição a importância de mentorias focadas, estratégias inclusivas e adaptações no cronograma para aumentar o engajamento e os resultados,” explica Tata. A organização expandiu a equipe de monitores e integrou ainda mais as escolas no processo, incluindo suporte para estudantes sem computadores em casa e logística para transporte e alimentação no evento presencial. “Os desafios dessa edição refletem a necessidade de ir além de abrir espaços: é preciso garantir condições reais para a participação,” acrescenta Mel. No entanto, as organizadoras ressaltam a importância de mais apoio financeiro para a sustentabilidade do projeto. “Infelizmente, ainda sentimos a falta de um comprometimento mais consistente de empresas e instituições. Precisamos que elas vejam o valor dessas iniciativas além do ‘novembro’ e contribuam para que elas se mantenham ao longo do ano,” completa Mel.
Com patrocínio da SEMDEC e da Ford, e apoio da Vale do Dendê e da Rarum, a Black XP é mais do que um evento: é um movimento em prol da inclusão e da equidade. “Estamos incentivando jovens a explorar carreiras promissoras e acessíveis, enquanto promovemos o desenvolvimento de jogos que representem narrativas e culturas diversas,” finaliza Tata.
A segunda edição da Black XP promete mais do que premiações: abre caminhos para transformar sonhos em realidade, conectando jovens ao universo tecnológico de forma acessível e inovadora.
@soumelcampos @blackgamejam @tecnotata
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