Nos dias 19 e 20 de fevereiro, o Cais da Alfândega recebe shows e batalhas de rimas com artistas do Hip Hop e de outras cenas musicais de Pernambuco. O público recifense poderá aproveitar a 16ª edição do Festival Cena Peixinhos, que celebra a música pernambucana autoral com shows gratuitos de diversos artistas e bandas no Cais da Alfândega, em frente à escultura do caranguejo. Além disso, o Hip Hop estará presente com o evento Polo Hip Hop: Folia em 4 Elementos, reunindo várias expressões desse movimento cultural no mesmo local.

Crédito: Hugo Muniz- Banda Eddie celebra 35 anos no Festival Cena Peixinhos 2025, com a participação da Orquestra do Frevo do Babá
O Festival Cena Peixinhos, que mantém a essência do manguebeat e da arte independente, ocupa o Bairro do Recife mais uma vez. Este ano, o tema é “Salve o Nascedouro”, um apelo para o Nascedouro de Peixinhos, um equipamento público com mais de 100 anos de história na divisa entre Recife e Olinda. O evento acontece nesta quarta-feira 19 de fevereiro a partir das 19h, e contará com apresentações de Afroito, Capim Santo, Carranza, Coco Raízes de Arcoverde, além de DJ Big com batalhas de rima nos intervalos, Eddie comemorando 35 anos de banda com a participação da Orquestra de Frevo do Babá, e a Víruz abrindo as apresentações.

BIONE_CRÉDITO – RAQUEL SUSPIRA
O festival é realizado pela Mouras Produções Artísticas, com patrocínio da Prefeitura do Recife e apoio da Fundarpe, Secult-PE e Governo do Estado de Pernambuco. “Em um único palco e data, as atrações dialogam a partir das suas identidades e ritmos, como coco, rock, reggae e hip hop. Musicalmente, a programação une artistas e grupos das antigas e da atualidade, possibilitando uma vivência de compartilhamento entre produções artísticas e musicais”, declara o produtor cultural e coordenador do festival, Harryson Moura.

Crédito: José de Holanda- Coco Raízes de Arcoverde leva a cultura popular do Sertão de Pernambuco para o Festival Cena Peixinhos 2025
Ainda no clima de multiculturalidade, na quinta-feira, 20 de fevereiro, a partir das 17h, acontece o Polo Hip Hop: Folia em 4 Elementos. No evento o público poderá aproveitar, de graça, shows, batalhas de rima, danças de breaking e grafite. A programação musical contempla artistas da cena local, com shows de Zé Brown, Bione, Bell Puã, Lety MC, Dandara MC, MC Raxta, MC Kbça, além dos DJs Dagga e Nixon, e uma cypher de breaking. Também vai ter espaço para as batalhas de rimas da Jornada de MC’s, um projeto do DJ Big, que é um educador social e está juntando artistas de vários bairros para um duelo de ideias ao vivo. E pra representar o grafite, o Galo de Souza vai fazer uma live painting que o público pode acompanhar durante o evento. O evento é aberto a todos e é organizado pela Associação Metropolitana do Hip Hop (AMH2PE), com o apoio da Prefeitura do Recife e da Fundarpe.

Crédito: Afrorec – Dj Big (PE) celebra com as batalhas de rima nos intervalos da programação do Festival Cena Peixinhos 2025
Dom Pablo, que coordena a Associação Metropolitana de Hip Hop, diz que o Polo é uma grande conquista para a galera que faz a cultura acontecer e precisa mostrar a força da juventude das periferias. “São mais de 20 anos com a responsabilidade de difundir o trabalho de artistas criativos que passam o ano inteiro produzindo, lançando projetos autorais e fazendo a cultura Hip Hop ser cada vez mais influente para as novas gerações”, comenta.

Crédito: José de Holanda – Damares Calixto, Dayane Calixto e Ilma Calixto – Coco Raízes de Arcoverde
Com mais de 20 anos de história, o Polo Hip Hop se firma como uma política de valorização e visibilidade para artistas do Estado. A nova e a velha escola se encontram para celebrar os elementos fundamentais desta que representa uma das mais expressivas manifestações da cultura negra e periférica, que emergiu na década de 1970 nos subúrbios negros e latinos de Nova Iorque para o mundo.
Tiger Rapper, que foi integrante do lendário grupo Faces do Subúrbio e também integra a coordenação da Associação, acredita que o espaço é fundamental para a autoestima da juventude. “É por meio da música, do grafite e da dança que muitos/as jovens encontram o sentido na vida. Essa cultura é mais do que lazer. É sobre possibilitar novos horizontes para quem muitas vezes não tem perspectiva”, defende o cantor ressaltando o caráter social do movimento.







