Entre os dias 10 e 13 de março, o Centro Histórico de Salvador será o palco do 1⁰ Festival de Capoeira: ancestralidade e resistência.
A iniciativa tem a coordenação do Capoeira em Movimento Bahia, na figura de Jurandir Júnior (Jacaré DiAlabama), e contemplará as mais variadas vertentes dessa prática genuinamente brasileira que reúne cultura popular, música, esporte e luta.
De acordo com Jacaré DiAlabama, a meta do Festival é estabelecer pontes entre as diversas expressões e vertentes da capoeira na Bahia, Brasil e no mundo, dando visibilidade à prática e reconhecendo o papel fundamental de mulheres e homens que gingam para garantir a existência dessa tradição ancestral. “Esse Festival quer subverter a ordem de uma sociedade excludente, racista, que prega que ‘farinha pouca, meu pirão primeiro’, queremos incluir todas e todos, colocar a capoeira no lugar de destaque que ela merece”, complementa.
Sem uma precisão documentada, a Capoeira surge no século XVII, por meio de negros escravizados da etnia banto. A prática ficou proibida oficialmente até 1937, mas nunca foi esquecida ou abandonada. Ainda nos anos 30, do século XX, o baiano Manuel dos Reis Machado, o mestre Bimba, tirou os capoeiristas do chão, quebrou o gingado e incorporou golpes de outras lutas. Surgia a capoeira regional, que se diferencia até hoje da capoeira angola, difundida a partir da década de 1910, pelo baiano Vicente Ferreira, o mestre Pastinha.
Desde 2014, a roda de capoeira é reconhecida como patrimônio cultural imaterial da humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). Em 2008, a prática recebeu o título de Patrimônio Cultural Brasileiro.
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