Contação de histórias CCBB

IV Festival de Contadores de Histórias do CCBB Educativo do Rio de Janeiro comemora a semana da criança e os 26 anos do Centro Cultural Banco do Brasil

 

Existem muitas formas de encerrar uma narração. Formas matemáticas como “Entrou pelo bico do pato, saiu pelo pé do pinto, quem quiser que conte cinco”, engraçadas como “Era uma vez uma vaca Vitória, deu um… acabou-se a história” ou curtinhas: “Trim-trim a história está no fim”. Acreditamos que é um prazer tanto para aquele que narra e tem o privilégio de ofertar ao público uma boa história, como para os ouvintes. Por isso, podemos dizer “Acabou-se o conto e o vento o levou, e todo o mal se foi; e para nós e aqueles que nos escutaram só o bem ficou”.

Em homenagem a semana das crianças e para comemorar os 26 anos do Centro Cultural Banco do Brasil Rio de Janeiro e seu projeto educativo, a Instituição realiza, de 10 a 12 de outubro, o IV Festival de Contadores de Histórias. O projeto trará diversas atrações. Todas têm em comum o contar e ouvir histórias por meio das quais o público poderá descobrir outros lugares, tempos, jeitos de agir e de ser, regras, outra ótica. Assim como a forma de pensar do CCBB Educativo que propõe diálogos, abre possibilidades e multiplica acessos.

Nas apresentações de grupos como Os tapetes contadores de História, Jujuba e Ana Nogueira e Confabulando, ora a palavra constrói o cenário, ora bonecos, adereços e música ao vivo pontuam a narração. A porta está aberta para outros territórios que se descortinam a frente dos espectadores.

Se aventure por essas terras onde é possível ser parte da ficção e viver aventuras. As apresentações são gratuitas. Senhas distribuídas com 30 minutos de antecedência, pelo CCBB Educativo no térreo.

PROGRAMAÇÃO

Contos de Ori

Tatiana Henrique

Sábado, 10 de outubro, às 13h

Sessão variada com um trio de contos e mitos africanos de diversas origens: iorubá, fon, bantos. Em “Exu e o chapéu de duas abas” dois amigos fazendeiros, que fazem tudo juntos, desde pequenos… até o dia em que um homem muito esquisito passa na estrada que corta a terra dos dois. No conto Iroko, vamos conhecer essa a árvore do Tempo que protege a aldeia contra feitiços. Na terceira história, Andjau desde criança sonha em ser pescador, mas muito sem sorte só consegue pescar para comer. É quando, no meio do mar, sob a lua cheia, ele encontra com a Mãe d’água.

Tatiana Henrique atua com contação de histórias há 14 anos, desenvolvendo sua pesquisa cênica na linguagem corporal em contos e mitologias ameríndias, africanas e indianas. É co-organizadora do Festival Carioca de Contação de Histórias.

 

Histórias ao pé do ouvido

Confabulando

Sábado, 10 de outubro, às 14h

Repertório: Moça Águia; As três doceiras; Três cavalos encantados, dois irmãos ciumentos e um rapaz corajoso; Rumpeltlstken e Mussá.

Especializado em pesquisa de contos populares, o grupo Confabulando, formado em 1994, seleciona histórias registradas por compiladores e reescreve versões para seus espetáculos. Integrantes: Ana Cretton, Maria Clara Cavalcanti, Maria Ignez Corrêa e Olivia Dornelles.

 

Cantarolando cantos

Jujuba e Ana Nogueira

Sábado, 10 de outubro, às 15h

Os artistas se revezam com violão, cavaquinho, flauta, acordeom e instrumentos de percussão, alinhavando as narrativas com canções folclóricas e de domínio público, e atraindo o público para participarem das narrativas. A Companhia Cantos do Rio é formada pelos artistas Jujuba & Ana Nogueira, está em atividade há mais de 15 anos.

 

Era uma vez…

CCBB Educativo

Sábado, 10 de outubro, às 16h

Domingo, 11 de outubro, às 16h

Segunda, 12 de outubro, às 16h

O espetáculo “Era uma vez…” reúne histórias orais de três continentes que fazem parte do nosso imaginário brasileiro: Europa, África e América.

Ananse e o baú de histórias – um pequeno aldeão das estepes africanas sobe ao céu para pedir ao deus Niame que compartilhe seu bem mais precioso.

O sapo e a princesinha – um típico conto de fada europeu, onde nobres interagem com um gordo e gelado anfíbio.

O pinto Fuleiro – outro conto de fadas, onde coisas surpreendentes acontecem. Animais e a paisagem são personagens que falam e interagem com o protagonista um pequeno pintinho que leva uma reclamação ao rei.

Juca e a serpente do rio – conto da região Norte que mescla personagens do imaginário indígena com referências da população ribeirinha.

A encenação conta com adereços de grande impacto visual com muito humor, música e colorido. Apresentado originalmente na I Bienal de Manaus em 2012 e agora encenado com educadores do grupo de artes cênicas do CCBB Educativo. Roteiro Daniela Chindler e Augusto Pessoa.

 

Histórias interativas: O belo e o avesso das coisas

Kiara Terra

Sábado, 10 de outubro, às 17h

Histórias Interativas são um convite para os participantes partilharem suas vivências. A ideia é inventar sentidos novos com empatia e pertencimento à medida que as histórias se encontram. Em “O belo e o avesso das coisas” cruzamos com feitos de heróis que diferem em muito do tipo mais comum encontrado nos contos populares. Nosso herói é ingênuo e distraído, confunde-se, fracassa, erra em seus percursos. Na sua fragilidade, vence! Graças a sorte, talento e sinceridade desconcertante. É ao mesmo tempo fantástico e parecido com todos nós.

Kiara nasceu em São Paulo e é contadora de histórias desde 1998. É escritora com dois livros lançados, “A Menina dos pais crianças” da editora Ática e “Hocus pocus um pai de presente” da Cia das Letras. Há 15 anos criou o método de narração chamado história aberta. São narrativas colaborativas que acontecem com participação do público. Escuta e técnicas de improvisação são os principais recursos desse modo de narrar histórias.

 

Soltando os bichos

Baú que Conta e Canta

Domingo, 11 de outubro às, 13h

O espetáculo interativo tem como tema central o cuidado com os outros. No conto “A Joaninha”, o inseto dá uma lição de bondade quando empresta todo seu armário para suas amigas a acompanharem em uma festa. Em “A Fruta Sem Nome”, os animais da floresta estão famintos e precisam ter o que comer. Na história “A Corujinha” nos faz refletir sobre o que é a beleza. Com Sílvia Ferraz e Marcelo Peregrino.

 

As palavras andantes

Tapetes Contadores de Histórias

Domingo, 11 de outubro às, 14h

Tapetes e livros de pano criados no Brasil e no Peru são o cenário para contos fantásticos de três continentes diferentes. Edison Mego e Warley Goulart narram: “O mistério das Ilhas Pachacamac” (América do Sul), “Jojo a vaca” (Europa), “Como o sol passou a brilhar no mundo” e “Como o coelho venceu a baleia e o elefante” (África).

Há 17 anos, o grupo cria e utiliza tapetes, painéis, malas, aventais, caixas e livros de pano como cenários de contos autorais e populares de origens diversas. O grupo é também referência internacional na pesquisa do diálogo entre oralidade e artes plásticas, intersecções entre texto e têxtil, e manifestações plásticas que os povos criam como cenários para suas narrativas.

 

Histórias de antanho

Augusto Pessôa

Domingo, 11 de outubro, às 15h

São apresentados contos que permeiam o imaginário popular desde longa data e que levam o espectador de qualquer idade a refletir sobre as relações humanas. Nas narrativas populares, de uma forma irônica, os mais variados sentimentos aparecem: medo, inveja, valentia, esperteza, e muitos outros. Esses contos trazem uma reflexão sobre a convivência e a relação entre os homens. Histórias que foram recolhidas por importantes folcloristas, entre eles: Silvio Romero, Câmara Cascudo e João da Silva Campos.

Augusto Pessôa Trabalha como contador de histórias desde 1994 apresentando espetáculos e realizando oficinas por várias capitais do Brasil. É autor dos interprogramas “O contador de histórias” na TVE, veiculados depois na TV Brasil e canal Futura. Como roteirista adaptou para o palco os contos populares.

 

Encantos: histórias e canções

Silvia Castro

Domingo, 11 de outubro, às 17h

Um espetáculo com canções, pequenas narrativas do folclore brasileiro e brinquedos cantados que abre espaço para o encontro entre o jovem e o lúdico. As narrativas e as canções levam os espectadores ao encantamento, ao exercício da memória. A roda de histórias se abre com a lenda indígena que explica como foi que a onça ganhou as pintinhas que tem até hoje. Em “O Bicho Folharal”, também indígena, o Macaco vai tentar beber água na casa da Dona Onça. Finalmente, “A História da Coca” vai contar as aventuras de um menino que vai caminhando, ganhando e perdendo objetos pelo caminho, em um jogo da memória. Todas as narrativas são entremeadas por canções do folclore brasileiro tocadas ao violão pelo músico Gustavo Pereira.

Silvia Castro é educadora, atriz, intérprete, contadora de histórias e acredita no poder transformador da palavra. É como sempre diz: “Contar histórias é estar ali e ir além…”

 

Em cantos e contos

CCBB Educativo

Segunda, 12 de outubro, às 10h

O CCBB Educativo apresenta o conteúdo das exposições em cartaz nas visitas mediadas, laboratórios, atividades de música e contação de histórias. Ouvir histórias é um transporte para outro universo, onde o ouvinte se transforma em parte da vida de um personagem e passa a ser alguém que ele não é no mundo quotidiano. Existe melhor forma de viver experiências? Por meio da fantasia trazemos assuntos presentes nas exposições e os apresentamos de forma lúdica.

 

Contos gregos

Grupo Mosaicos

Segunda-feira, 12 de outubro, às 11h

Mergulhando no universo da Mitologia Grega, onde podemos experimentar novas sonoridades para contar as histórias de heróis destemidos, disputas entre deuses e humanos, amores quase impossíveis ou aventuras voadoras. Apresentamos o mito do nascimento do Minotauro e sua batalha com Teseu, a disputa entre a tecelã Aracne e a deusa Palas Atena, o encontro de Eros e Psiquê, o Sonho de Ícaro e o Toque de Midas. O encontro determina que mito entra na roda.

Idealizado por Luciana Zule e composto por Maria Coelho e Rudi Garrido, o Grupo Mosaicos é formado por atores, músicos e educadores interessados na arte de contar histórias. Desde 2008 produz e realiza sessões de histórias e oficinas, tendo como foco a pesquisa do diálogo entre a narrativa oral e a música instrumental.

 

Flor e fruto

Marcela Carvalho

Segunda-feira, 12 de outubro, às 13h

Marcela Carvalho é contadora de histórias e bordadeira. Em suas apresentações tecidos e narrativas se mesclam.  No repertório: “Lenda do Beija-flor” e “Flor no cabelo”.

 

Saborosas histórias

Benita Prieto

Segunda-feira, 12 de outubro, às 14h

São narrativas orais, intercalada com contos autorias, serão narradas para o público infantil historias de medo como A feiticeira do Rio e As “armas” penadas de Benita Prieto. Na sessão também haverá muita participação do público com O Castelo Amarelo de Malba Tahan e Maria vai com as outras de Sylvia Orthof.

Benita Prieto é integrante do Grupo Morandubetá. Tem se apresentado pelo Brasil e países como Espanha, Portugal, Uruguai, Colômbia, Venezuela, Cuba, Chile, Argentina, Moçambique. Criadora do Simpósio Internacional de Contadores de Histórias. É presidente do Instituto Conta Brasil e Coordenadora da Red Internacional de Cuentacuentos. Criadora do Codex Clube.

 

A confirmar

Barracão da Potí

Segunda-feira, 12 de outubro, às 15h

 

Retalhos de arrepiar 2: o baile

Costurando Histórias

Segunda-feira, 12 de outubro, às 17h

Em noites de lua cheia, reuniões acontecem na mata, no cemitério e nos tapetes tridimensionais do Costurando Histórias. Ao som da viola caipira, com as batidas do tambor e nos embalos do violão, criaturas arrepiantes e misteriosas bailam livres em algum lugar do imaginário popular. Direção e Roteiro de Daniela Fossaluza, inspirado no conto de Fabio Sombra. Elenco: Daniela Fossaluza, Denise Goneve, Cindy Ribeiro e Cezar Augusto Pereira.

O Costurando Histórias é um coletivo de artistas que completará 15 anos em atividade, criando a partir da ideia de transformar histórias de livros em tapetes tridimensionais que contam histórias. Os tapetes são os cenários onde os bonecos de pano vivem suas aventuras através das mãos dos narradores.

O IV Festival de Contadores de Histórias será realizado do dia 10 a 12 de outubro, com entrada franca.

Sábado e domingo: de 13h às 17h

Segunda-feira: de 10h às 17h.

O Centro Cultural Banco do Brasil fica na Rua Primeiro de Março, 66 – Centro, Rio de Janeiro.

Informações CCBB Educativo – 1º andar

Distribuição de senhas: 30 min antes das atividades, pelo CCBB Educativo no térreo.

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Foto: Claudio Medeiros