Delícias não vão faltar, e os nomes aguçam a fome. Acarajé “love-pequena porção de amor”, ensopadão “Regis da Pimpolhos”, camarão “a La Jura”, galinha “Preguiçosa com couve Chulé”, cocada “santificada”, picadinho “Pirata” são alguns dos pratos que vão esquentar as chapas dos morros pacificados da Providência e do Pinto mês no que vem.

Na sua versão do clássico Comida di Buteco, as favelas convidam os cariocas a largar o preconceito no asfalto para escalar o sabor do 1º Festival Gastronômico e Cultural Sabores do Porto.

São 19 participantes na disputa pelo título de quitute mais saboroso, escolhido por júri de especialistas camuflados na multidão de visitantes. Os nomes dos pratos foram inventados pelos próprios comerciantes e têm a ver com os chefs responsáveis pelas delícias.

À la Santa Teresa de Portas Abertas, visitantes irão até as comunidades do Centro nos dias 24 e 25 de novembro para percorrer os empreendimentos.

Vai ter sinalização na favela, e mapas serão distribuídos pela cidade. Van gratuita partirá do espaço Meu Porto Maravilha (esquina das avenidas Barão de Tefé e Venezuela) levando os convidados até a Rua América.

“A ideia foi dos comerciantes do morro”, orgulha-se Rosane Pifani Lago Ferreira, 50, dona do bar do Carlinhos, no Pinto, que concorre com yakisoba de frutos do mar.

Everton Santana, 67, famoso por seu bolinho de bacalhau, acredita que o festival é o pontapé inicial rumo à construção de polo gastronômico na área. “Vamos ficar famosos”, aposta Rosana Batista Damasceno, 42, que disputa com “jabá com jerimum na massa”.

Chef belga dá curso na favela

Participantes do concurso terão ajuda de peso para se aprimorar. Eles começaram curso de decoração de pratos promovido pela Sind-Rio e a Firjan. O chef belga Frédéric De Maeyer, do tradicional restaurante Eça, da H.Stern, deu aula neste sábado na favela.

Como prêmio, além de utensílios de cozinha, haverá cinco bolsas de curso de empreendedorismo do Sebrae e jantar com chef com direito a acompanhante.

“Vamos selecionar alguns para servir produtos no Café do Espaço Meu Porto Maravilha, na Barão de Tefé”, promete o coordenador dos programas Porto Maravilha Cidadão e Cultural, Alberto Silva.

Fonte: O Dia