Docudrama sobre o sistema carcerário idealizado por seis ex-presidiários, Livres (2017) está na programação do Festival do Rio 2017. O filme dirigido por Patrick Granja estreia em 07 de outubro, às 16h30, na Cinemateca do MAM, dentro da Mostra Fronteiras. Um debate está programado para acontecer após a exibição.
Livres discute a vida no cárcere e as péssimas condições às quais os presos são submetidos. Através de cenas ficcionais e entrevistas com especialistas da área criminal, a obra se divide entre os que são a favor do endurecimento das penas e encarceramento em massa e os que acreditam que a punição e a desumanização do sistema penitenciário só trazem mais violência para a sociedade.
Racismo, inclusive no âmbito institucional, prisão, tortura e violações de direitos, mas também liberdade, sonhos e justiça são alguns dos temas retratados. “A prisão promete uma coisa mas, na verdade, é outra. O que ela quer coibir não são as ilegalidades como um todo, mas as ilegalidades populares. A prisão é extremamente seletiva”, afirma o professor de direito penal Juarez Tavares.
Cineclube na prisão
O filme nasceu a partir da ideia original dos ex-detentos Gilson da Maia, Ivonildo Alves, Fabio Gomes, Fabio Gregorio, Renee e Márcio Souza, que participaram em 2007 do projeto Carceragem Cidadã, gerido pelo delegado Orlando Zaccone, pelo músico Marcelo Yuka
e com participação do cineasta Silvio Tendler. A iniciativa levou um cineclube para dentro da prisão e para a vida de diversos presos da carceragem da 52ª DP, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense do Rio de Janeiro.
Seis anos depois, já em liberdade, os seis levaram para Patrick Granja a ideia de produzir um documentário sobre a situação dos presídios. Em novembro de 2015, cerca de 40 profissionais do cinema nacional e internacional se reuniram no subsolo de uma fábrica de gelo, em Inhaúma, na Zona Norte. Era o cenário ideal para reproduzir as cenas de abuso do sistema carcerário de acordo com a memória dos ex-presos. “Os personagens são histórias a serem absorvidas, e, com elas, todo um levantamento histórico, social e urgente”, afirma a roteirista do filme Káliman Chiappini.
Realizada de forma independente, a obra foi financiada via crowdfunding pela plataforma Catarse e conta com apoio da Wings For Change, organização incentivadora de projetos que atuam no campo do empreendedorismo social.
Confira abaixo as exibições durante o Festival do Rio:
07/10 às 16:30, no Cinemateca do MAM
08/10 às 19:30, no Instituto Moreira Salles
11/10 às 21:45, no Estação NET Rio 2