Fiocruz lança 2ª edição do Boletim Socioepidemiológico da Covid-19 nas Favelas cariocas

Segundo Censo 2010, cerca de 22% dos habitantes do município do Rio de Janeiro moram em áreas de favelas- Crédito: Divulgação

O Boletim Socioepidemiológico da Covid-19 nas Favelas é o resultado de uma produção de profissionais Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que atuam na Sala de Situação COVID-19 nas Favelas vinculada ao Observatório COVID-19, em parceria com atores sociais dos territórios periféricos.

O objetivo do boletim é apresentar dados e análises sobre a situação da COVID-19 nas favelas do Rio de Janeiro, com base nas informações divulgadas pela prefeitura municipal da cidade do Rio de Janeiro em seu Painel de Informações, dados populacionais obtidos no Instituto Pereira Passos (IPP), dados produzidos grupos sociais, associações, coletivos, e dados produzidos pelas unidades básicas de saúde.

Segundo Censo 2010, cerca de 22% dos habitantes do município do Rio de Janeiro moram em áreas de favelas. A pesquisa fez uma análise como a Covid-19 está distribuída na cidade.

O estudo analisou os dados oficiais disponibilizados pela prefeitura de 22 de junho a 28 de setembro de 2020.

O boletim foi estruturado em quatro eixos.

1) Cenários Epidemiológicos; 2) Medidas de Controle e Organização dos Serviços e Sistemas de Saúde; 3) Qualidade do Cuidado, Segurança do Paciente e Saúde do Trabalhador; 4) Impactos Sociais da Pandemia.

Para o estudo, os bairros foram divididos em cinco áreas: sem favelas, concentração baixa, concentração mediana, concentração alta e concentração altíssima.

Veja o vídeo do 2° Boletim Socioepidemiológico Covid-19 nas favelas

Perfil

A pesquisa identificou que há uma grande diferença na taxa de infecção e mortalidade da Covid-19 entre brancos e negros, Com maior proporção para pessoas negras, evidenciando a desigualdade social existente na história brasileira.

Entre os homens e mulheres, as taxas de infecção são iguais, mas o que se refere ao número de mortes os homens aparecem com maior índice.

Os idosos também apresentam maior risco de contaminação e de óbitos pela Covid-19.

Resultados

Foi identificado que a realização de poucos testes para Covid-19 no município do Rio de Janeiro ainda é uma realidade.

O relatório mostra que a desigualdades social é um fator crucial para o número de casos de infectados pela Covid-19 e consequentemente a quantidade de mortes pela doença.

Entre moradores que moram em bairros com favelas e os que não moram, o acesso aos testes da Covid-19 também é um dado que interfere nas informações a serem divulgadas, ocorrendo muita subnotificação.

As favelas ficam ainda mais invisíveis no que se refere aos serviços públicos de saúde.

Confira os dados na integra acessando Boletim Socioepidemiológico da Covid-19