O senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) Flávio disse que Adriano da Nóbrega foi seu instrutor de tiro e que o ex-assessor Fabrício Queiroz os apresentou. Foi a primeira vez que ele admitiu relacionar-se com ex-capitão do Bope e miliciano morto em fevereiro após trocar tiros com a Polícia Militar da Bahia, onde estava foragido. Os detalhes foram contados em depoimento ao Ministério Público do Rio no mês passado.
O senador foi ouvido no dia 7 de julho pelo MP no inquérito que apura a existência de “rachadinhas” em seu gabinete na Assembleia Legislativa do Rio. Danielle Mendonça, ex-mulher de Adriano, e Raimunda Veras Magalhães, mãe do miliciano, foram empregadas por Flávio. Há indícios de que ambas seriam funcionárias fantasmas.
“Conheci Adriano dentro do Bope, ele me dando instrução de tiro, por intermédio do Queiroz, que serviu com ele no batalhão, não sei qual. Sempre fui um parlamentar que gostei de conhecer os policiais que iam para o combate, do dia a dia da rua, para o trabalho mais arriscado”, disse Flávio Bolsonaro.
Queiroz e o ex-capitão trabalharam no 18º Batalhão de Polícia Militar, Jacarepaguá, onde ficaram mais que parceiros, amigos. Os dois estiveram envolvidos na morte de um estudante na Cidade de Deus, durante operação policial em maio de 2003, mas nunca foram presos por isso. O MP pediu a retomada do inquérito por falhas nas investigações inconclusas depois de 17 anos.
Adriano e outros sete policiais receberam de Flávio, na Alerj, uma “moção de louvor” em novembro de 2003. Alguns dias depois foram presos em flagrante pelo assassinato do guardador de carros Leandro dos Santos Silva e passaram a responder processo criminal por homicídio, tortura e extorsão. Nesse período, Flávio os visitou na prisão, mas disse em nota que “não há nenhuma relação de Flávio Bolsonaro ou da família com Adriano”.