O centro do RJ está cheio de famílias em situação de rua. Na Presidente Vargas não só passam carros, mas também existem pessoas que ali aproveitam o córrego para tomar um banho ou lavar sua roupa.
Situações precárias, insegurança alimentar, extrema pobreza e invisibilidade social. Um abismo histórico que tem acompanhado a cidade do Rio de janeiro.
Segundo uma nota técnica do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), a quantidade de pessoas em situação de rua cresce cerca de 140% entre 2012 a março de 2020. Cerca de 222 mil pessoas a mais na rua.
Existe um precipício social imenso.
As iniciativas voluntárias, coletivos e ONGs tem juntado forças contra esse cenário que evidencia a desigualdade e grita em atitudes que a solidariedade é urgente.
A fome se alastra em uma velocidade perversa. O país retornou para o mapa da fome da ONU em 2018 e o sistema maquia e joga pra debaixo do tapete a total falta de assistência.
Tenho participado de ações através de um projeto chamado Só Vamos. Um grupo de pessoas que se reúne para assistir outras em situação de rua, em pontos do Centro da Cidade.
As ações vão desde uma quentinha com uma garrafa de água, ao acalanto de ouvir os que têm histórias para contar, mas não tem lugar para sua voz, em uma sociedade que marginaliza quem está em condição desumana.
E aí chegamos em um ponto que me faz pensar e até mesmo questionar o papel do indivíduo na conjuntura atual.
Somos a solução e ao mesmo tempo causa. Partindo do princípio de que vivemos em uma sociedade doente que acostumou-se a naturalizar a precariedade dos menos favorecidos.
É necessário não romantizarmos a pobreza. Cada indivíduo merece uma cama, comida e teto e isso não tem nada ver com a tal meritocracia e sim com o coletivo em uma sociedade digna que assiste os seus.
A fome tem pressa. E dividir o pão, dispor teu tempo, abrir os olhos, é urgente!
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