Exposição fotográfica UBUNTU em São Luís, Maranhão. Foto: Jasf Andrade
Idealizado por Jasf Andrade, a exposição estará nas ruas dos bairros Vila Embratel e Coroadinho até o dia 04 de dezembro deste ano
Exposição fotográfica UBUNTU em São Luís, Maranhão. Foto: Jasf Andrade

“Eu sou porque você é!”, esse é o significado da palavra UBUNTU, uma filosofia bantu, grupo étnico da África Subsaariana. Desse modo, a exposição fotográfica UBUNTU busca provocar percepções de como essa base filosófica ainda percorre a memória ancestral e como ela ocorre na realidade cotidiana da população preta através de imagens captadas em diversas situações e lugares de São Luís, no Maranhão.

A exposição estará nas ruas dos bairros Vila Embratel e Coroadinho até o dia 04 de dezembro de 2022. Dessa forma, todas as pessoas podem ter acesso, caminhando, na parada do ônibus ou passando em veículos.

A ANF conversou com o fotógrafo baiano, de Sussuarana, periferia de Salvador, autor da mostra fotográfica, Jasf Andrade, 39 anos, confira: 

ANF: Como surgiu a ideia da exposição?

Jasf Andrade: Meu envolvimento com o Hip Hop e com os movimentos sociais fazem com que eu sempre consiga pensar na arte como instrumento de transformação social, sou profissional da área do audiovisual e acho sempre importante devolver algo para a comunidade além de estimular reflexões.

ANF:  Qual o objetivo ao realizar uma exposição fotográfica em paredes da periferia de São Luís?

Jasf Andrade: Assim como todas ações feitas na Sussuarana, coletivamente, qualquer que seja a comunidade, é valorização desse povo, das pessoas que sustentam o país com seus trabalhos braçais e/ou com seus intelectos. O objetivo também é fazer da parede um espelho, que as pessoas passem nos ônibus ou andando e se enxerguem, ali, bonitos, sorridentes, atuando, trabalhando. 

ANF: Como tem sido o feedback das pessoas? Já recebeu algum comentário mais marcante que possa compartilhar? 

Jasf Andrade: Uma das fotografias eu fiz em uma festa popular da cidade, estava longe da criança que estava nos braços do pai, conheci a mãe pelas redes sociais e eles vieram no lançamento, me contaram que morava bem distante mas fizeram questão de vim pela importância que é a menina se vê ali.

Recebi muitos feedbacks de lideranças comunitárias, mas o que me toca muito é ficar ali perto e ouvir os comentários sem eles saberem que a obra é minha.  Além dos comentários, a cena das pessoas paradas olhando para o muro, é muito gratificante 

ANF: Qual impacto você acredita que a fotografia e arte de modo geral é capaz de causar em realidades periféricas?

Ela oxigena o dia a dia, transforma, conecta pessoas e bairros. Acredito que dá mais sentido à vida.