Funcionários do Banco Mundial rechaçam Weintraub por racismo com chineses

Bolsonaro e Weintraub em tempo de sorrisos - Foto da internet

A associação de funcionários do Banco Mundial enviou hoje, 24, carta ao Comitê de Ética do grupo para que seja aberta investigação sobre o ex-ministro Abraham Weintraub, indicado pelo governo Bolsonaro para uma diretoria executiva do banco. A associação também pede que a nomeação de Weintraub seja suspensa até a conclusão do processo. O documento foi encaminhado para todos os funcionários do banco.

Indicações de diretores com mandato, como é caso, precisam ser aprovadas pelos países do grupo que vão representar, exceto no caso dos países ricos que representam a si mesmos apenas (EUA, França, Alemanha, França etc). No exemplo brasileiro, o grupo EDS 15, que tem o Brasil como líder, é integrado por Colômbia, Filipinas, República Dominicana, Trinidad y Tobago, Equador e Suriname.

A carta dos funcionários destaca falas preconceituosas do ex-ministro em relação à China e a minorias e os ataques ao Supremo Tribunal Federal (STF).  “O Banco Mundial acaba de assumir uma posição moral clara para eliminar o racismo em nossa instituição. Isso significa um compromisso de todos os funcionários e membros do Conselho de expor o racismo onde quer que o vejamos. Confiamos que o Comitê de Ética  compartilhe dessa visão e faremos tudo ao alcance para aplicá-la”, dizem os funcionários  em um trecho da carta.

O texto observa, ainda, que “de acordo com múltiplas fontes, o senhor Weintraub publicou um tuíte de carga racial, ridicularizando o sotaque chinês e culpando a China pela Covid-19, e acusando os chineses de ‘dominação mundial’; levando a Suprema Corte a abrir investigação por crime de racismo”.

“Embora sua indicação tenha sido condenada por vários países clientes, a Associação de Funcionários entende que a escolha deste diretor executivo é do Brasil e somente do Brasil”, escreveram os funcionários, ressalvando que é preciso respeitar padrões de integridade e de ética na conduta pessoal e profissional, estando estes em linha com práticas e políticas adotadas pelo banco.

“Solicitamos formalmente ao Comitê de Ética que reveja os fatos subjacentes às múltiplas alegações, com intenção de (a) colocar sua indicação em espera até que essas alegações possam ser revisadas e (b) garantir que o Sr. Weintraub seja avisado de que o tipo de comportamento pelo qual ele é acusado é totalmente inaceitável nesta instituição”, pontua o documento.

Fac simile da carta dos funcionários do banco

Mais Abraham Weintraub no libk http://www.anf.org.br/oposicao-suspeita-que-fab-levou-weintraub-para-os-estados-unidos/