Fusca leva cinema onde ele não existe, com exibição seguida de debates. FOTO: Divulgação
O Cine Rosa Choque funciona com um fusquinha tunado, cor de rosa, e tem levado para as comunidades periféricas, em todo estado do Rio de Janeiro, a arte do cinema, debatendo cidadania, cultura de direitos e inclusão social com relevantes temas. O objetivo é o desenvolvimento humano diante de realidades tão difíceis e cruéis nesses territórios instáveis.
Se os moradores das comunidades não tem condições financeiras para irem ao cinema do shopping, pois é caro e distante, o fusquinha cor de rosa invade as favelas levando o cinema e o debate de forma descontraída, inclusiva e gratuita.
Quando o Cine Rosa Choque esteve em Itaguaí, com duas sessões, uma na comunidade do Engenho e a outra em Chaperó, foi uma experiência emocionante e avassaladora. A maior parte dos participantes relatou que nunca tinham ido ao cinema durante toda a vida…
E é assim a realidade: os moradores das periferias não têm acesso a arte, ao cinema e ao lazer devido ao elitismo, ao alto custo e à falta de mobilidade urbana para que possam assistir filmes, peças de teatro, shows, entre outras possibilidades, todas oferecidas no centro da capital fluminense.
Temas fundamentais
Importante salientar que esse movimento de levar a cultura pra dentro das comunidades é um poderoso instrumento na promoção da inclusão social, em todas as suas vertentes: debate o feminismo, a violência contra mulheres, temáticas que atendam a população LGBTQIA+. Perpassam ainda, pela necessidade de trazer à baila as questões de gênero e as questões étnico-raciais, como a relevância das ações antirracistas.
O Cine Rosa Choque circula por dentro das comunidades e cabe em qualquer lugar que esteja disponível para recebê-lo: praças, associações de bairro, escolas, ruas, enfim… chega onde tem o povão.
Cinema vai às comunidades
Segundo Prem Karima, criadora e realizadora do projeto, nesses últimos dois anos foi possível proporcionar sessões de cinema com debates reflexivos nas seguintes localidades: 27ª Parada do Orgulho Gay, Guaratiba, Duque de Caxias, São João de Meriti, Itaguaí, Quilombo da Gamboa, Complexo do Andaraí, Saquarema, entre outras.
O Projeto Cine Rosa Choque só existe por conta do financiamento coletivo recorrente (vaquinha online), doações de pessoas físicas, editais de incentivo à cultura e parcerias parcerias público-privadas (PPP).
Se as comunidade não vão ao cinema, o cinema vai às comunidades.
Instagram: @cinerosachoque
E-mail: cine.rosachoque@gmail.com
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