Pelo menos 44% das mortes por coronavírus não entrariam no boletim diário, caso o Ministério da Saúde mude a metodologia de divulgação de novas mortes a cada 24 horas, como disse, na semana passada, que pretende fazer. Desde o início da pandemia o ministério utiliza como parâmetro a data de notificação, padrão adotado na maioria dos países.
Além disso, há um descompasso entre a data da morte, o resultado do teste e a efetiva notificação dos casos, processo burocrático que por vezes leva alguns dias, especialmente quando há finais de semana e feriados.
Esse atraso aumenta a porcentagem de mortes que só são contabilizadas dias depois e que só posteriormente entrariam no sistema de divulgação do ministério, ficando inicialmente de fora do boletim diário. Com isso, há o risco de que se tenha a falsa impressão de que os óbitos estão em queda e medidas de prevenção sejam relaxadas indevidamente, aumentando a contaminação.