Transcrições de gravações feitas em março, antes da votação do impeachment, foram publicadas hoje no maior jornal do país, Folha de São Paulo. O ministro Romero Jucá em conversa com o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado falam da importância da retirada da presidente afastada para barrar a lava jato. As gravações revelam exatamente o que Dilma Rousseff e seu governo vinha afirmando e que a oposição, o próprio Supremo Tribunal Federal e alguns veículos da imprensa brasileira vinham tentando esconder: É um golpe! Não há mais como negar.
As manifestações, que já vinham tomando as ruas desde a saída de Dilma, deverão se acirrar ainda mais, o que deve tornar o governo Temer insustentável. Outra coisa que pode acontecer é a mudança de voto de alguns senadores na próxima votação, que não vão querer votar com os que construíram o golpe, para não mancharem seus nomes depois do vazamento desse áudio.
“JUCÁ – [Em voz baixa] Conversei ontem com alguns ministros do Supremo. Os caras dizem ‘ó, só tem condições de [inaudível] sem ela [Dilma]. Enquanto ela estiver ali, a imprensa, os caras querem tirar ela, essa porra não vai parar nunca’. Entendeu? Então… Estou conversando com os generais, comandantes militares. Está tudo tranquilo, os caras dizem que vão garantir. Estão monitorando o MST, não sei o quê, para não perturbar.”
Mesmo depois do vazamento do áudio Jucá afirma que sua permanência como ministro não afeta a imagem do governo. A pergunta que não quer calar agora é: Se essa gravação foi feita antes da votação do impeachment, porque só agora ela apareceu? Não teria sido diferente esse processo se tivesse aparecido antes?