Nessa sexta, dia 14 de Junho, em todo o país manifestantes saíram a rua contra reforma da previdência e conta os cortes de verba da educação. E mais uma vez, o que era pra ser um símbolo democrático, que é o direito de ir ás ruas e se manifestar contra reformas ou atitudes do governo, é retratado como bagunça ou falta do que fazer. Um editorial do Estadão chamou a manifestação de “bagunça” e descreveu os manifestantes como “inconformados com a democracia”.
Esse posicionamento é bastante comum no Brasil e se repetiu em vários momentos da história. Mas o que não é comum é que, os mesmos que criticam os manifestantes ao governo são os que mobilizam manifestações a favor do presidente, coisa atípica no Brasil. A insistência de deslegitimar os movimentos e manifestações contra o governo vigente é sempre uma perda a democracia e um ataque a liberdade de expressão. No fim, o que era pra ser um momento de crítica as atitudes do atual governo e um momento que a mídia poderia discutir os temas propostos pela oposição se torna unicamente uma crítica a manifestação em si.
Embora a Greve Geral tenha sofrido duras críticas, ela conseguiu adesão em todos os 26 estados e o Distrito Federal. De acordo com a Central Única dos Trabalhadores (CUT) mais de 300 cidades aderiram à greve. No Rio de Janeiro, apesar da maior parte da manifestação ter sido pacifica houveram incidentes pela manhã no Centro – um confronto entre manifestantes e a PM – e um atropelamento em Niterói. O motorista que teria furado um bloqueio atropelou 5 manifestantes na sexta feira. Mas não são os incidentes que devem definir o ato, e sim seu caráter de crítica ao governo.
Apesar do governo Bolsonaro já ter sofrido outras manifestações, essa seria a primeira Greve Geral de seu mandato. O que marca uma forte oposição não só dos estudantes – como foi evidenciado no 15 de Maio – mas também dos trabalhadores em todo país.