Greve: um direito a ser respeitado

Greve dos caminhoneiros, em maio de 2018. Créditos: Reprodução da internet

As greves devem ser sempre respeitadas, pois se trata de direitos dxs trabalhadorxs a se mobilizarem e reivindicarem melhores condições de trabalho, e não pode ser diferente com os motoristas de caminhões. Andei lendo algumas análises e confesso estar tudo muito nebuloso, aliás, a situação política e econômica do país anda caótica.

Desde 2013 há muitos movimentos de contestações da configuração atual do Brasil, desde aquelxs que estão vivendo em condições miseráveis, até aquelxs da classe média que estão descontentes em ver pobres acessando espaços nunca esperados. Isto é, há um misto de pautas progressistas, conservadoras e reacionárias.

Avalio que a greve dos caminhoneiros seja válida e legítima, uma vez que, principalmente aqueles que trabalham autonomamente têm sofrido com a alta dos preços dos combustíveis, ainda que me parece que há interesses patronais juntamente. E o risco que corremos é que sempre que nós, trabalhadoras e trabalhadores acreditamos que há interesses comuns entre explorados e exploradores, os primeiros sempre tiveram perdas irreparáveis quando confiaram nos segundos.

Penso que precisamos disputar ideologicamente essas e outras ações, mobilizações, pois há uma bandeira de não sou de esquerda e nem de direita, sou brasileirx, o que é um grande engano, uma vez que, mesmo não sabendo, assumimos posicionamentos que tendem a fortalecer um campo ou outro. Nessa mobilização que nos referimos, temos visto parte de seus participantes pedirem intervenção militar, o que vai até mesmo contra o direito de cidadania que estão exercendo: o direito de expressar ideias e de se mobilizar.

A história recente do Brasil já nos mostrou que todas as vezes que os governantes recorreram a intervenção militar para, supostamente, resolver as crises econômicas, sociais e políticas, acabou numa tragédia: aumento da inflação, retirada de direitos civis, torturas, prisões, desaparecimento etc. Precisamos entender melhor o que se passa nessas terras, pois fica difícil entender como uma país que tem apenas 30 anos de experiência democrática (desde de 1988), ainda que cheia de limites  e parte de sua população pede a intervenção militar?! Alguma coisa está muito errada. Penso que seja importante: 1. Fortalecer as lutas dxs trabalhadorxs; 2. Combater  todas as formas de violências, preconceitos e discriminação; e 3. Ter a coragem de saber aonde foi que a esquerda perdeu o fio da história. Isso tudo porque tenho plenas convicções que, se não for a esquerda pensar/ lutar para permanecer e ampliar os direitos da classe trabalhadora, a direita não o fará, como já mostrou desde que o Brasil existe. Lutemos por nossos direitos duramente conquistados.