Grupo Especial: Primeiro dia tem Beija-Flor, Imperatriz e Grande Rio como destaques

Salgueiro também faz belo desfile e carro da Porto da Pedra se envolve em acidente

No último domingo (11), tiveram início os desfiles das Escolas de Samba do Grupo Especial, realizado na Marquês de Sapucaí, no Centro do Rio. Destaques para a Beija-Flor de Nilópolis e a atual campeã, Imperatriz Leopoldinense, que fizeram belos desfiles e empolgaram a Sapucaí.

Confira como foi o primeiro dia de Grupo Especial

Porto da Pedra

Abre-alas da Porto da Pedra (Foto: Wellington Melo/ANF)

De volta ao Grupo Especial depois de 11 anos, a Porto da Pedra levou para a Sapucaí o enredo “Lunário Perpétuo: A Profética do Saber Popular”.
A escola de São Gonçalo falou do livreto “Lunário Pérpetuo”, uma obra do astrônomo e naturalista espanhol Jerónimo Cortés que acabou se tornando um dos livros mais lidos de todos o Nordeste.

Apesar do lindo desfile, a agremiação teve problemas com um dos carros, que acabou atropelando uma mulher próximo às cabines de rádio. A vítima teve ferimentos leves e passa bem. Além do atropelamento, o carro ficou preso e um pedaço da estrutura teve que ser retirado para o carro atravessar o Sambódromo.

Com o incidente, um buraco enorme ficou na avenida, chegando a primeira cabine de jurados. Isto pode implicar em perda de décimos para a escola em quesitos como Evolução.

Beija-Flor

Selminha Sorriso e Claudinho, porta-bandeira e mestre-sala da Beija-Flor (Foto: Wellington Melo/ANF)

A Beija-Flor foi para a avenida este ano com o enredo intitulado “Um delírio de Carnaval na Maceió de Rás Gonguila”.

Na Sapucaí, a escola de Nilópolis falou sobre nobrezas de Maceió, de Nilópolis e da Etiópia através dos devaneios de Rás Gonguila, descendente direto do último imperador da Etiópia.

A escola de Nilópolis trouxe belos carros e muita riqueza em seu desfile. Empolgou todo o setor 1 e, consequentemente, toda a passarela do samba, se tornando uma das favoritas ao título, que não vem desde 2018.

Salgueiro

Acadêmicos do Salgueiro falou do povo Yanomami (Foto: Wellington Melo/ANF)

O Salgueiro levou para a Sapucaí a cultura do povo Yanomaimi com o enredo “Hutukara”.

“Viver na floresta como Yanomami é ser parte dela. É conviver com seres humanos e não humanos, animais, plantas, vento, chuva e milhares de espíritos”, definiu a escola na sinopse de seu enredo.

Antes do desfile começar a escola homenageou Quinho, intérprete da agremiação até o Carnaval de 2022, que acabou falecendo em janeiro deste ano. Emerson Dias levou bordões falados por Quinho para a Marquês de Sapucaí, como “Pimba, e Que lindo, que lindo!”.

Como o enredo pediu, a escola trouxa bastante cores e características indígenas em seus carros e fantasias, além de um samba cantado por toda a Sapucaí do início ao fim do desfile.

Grande Rio

Acadêmicos do Grande Rio (Foto: Wellington Melo/ANF)

A Grande Rio levou para a Sapucaí neste ano o enredo “Nosso destino é ser onça”, no qual trouxe, através da tribo Tupinambá, uma reflexão sobre a simbologia da onça nas diferentes culturas do Brasil. O animal é considerado divino para a tribo.

“É a onça uma chave para que sejam pensadas as disputas identitárias brasileiras e a nossa eterna capacidade de devorar para recriar – e renascer, rebrotar, revidar, deglutir”, disse a sinopse do enredo.

A escola distribuiu pulseiras de led que brilharam durante todo o desfile para toda a Sapucaí. Um dos carros teve problemas e precisou ser empurrado para não atrapalhar o tempo e nem a evolução da escola.

Mesmo assim, a escola envolveu a Sapucaí, que cantou junto na avenida. Outro destaque foi a rainha de bateria Paolla Oliveira que “se transformava em onça” no Sambódromo.

Unidos da Tijuca

Bateria da Unidos da Tijuca (Foto: Reginaldo Pimenta/Agência O Dia)

A Unidos da Tijuca trouxe para a Sapucaí o enredo “O Conto de Fados”.

A escola desceu o Morro do Borel para falar sobre a história de Portugal de uma forma nunca vista, contando desde a Ofiussa (nome dado ao território português pelos gregos antigos), e inspirada em grandes escritores como Luís de Camões e José Saramago.

Na avenida, a Tijuca trouxe um samba de fácil entendimento, que foi cantado por toda a Sapucaí.

Imperatriz Leopoldinense

Carro da Imperatriz Leopoldinense (Foto: Wellington Melo/ANF)

Atual campeã do Grupo Especial, a Imperatriz Leopoldinense encerrou primeiro dia de desfiles com o enredo intitulado “Com a sorte virada pra lua, segundo o testamento da cigana Esmeralda”.

Com o dia amanhecendo, a escola de Ramos contou na avenida a história do livro “O Testamento da Cigana Esmeralda”, uma obra de mais de 100 anos que, segundo a narrativa, “foi trazido para o Brasil por um grupo de ciganos que, em caravana e ao redor de fogueiras, espalhou festa, música, circo, dança e a crença popular naquilo que o testamento guardava”.

O público ficou bastante empolgado com a Imperatriz, cantou o samba e foi atrás da escola depois que a última ala passou. As alas e alegorias da agremiação chamaram bastante atenção devido a sua elegância e riqueza de detalhes. Em uma das alegorias, água saia de diversos pontos do carro.

Uma das alas a agremiação trouxe uma pessoa no alto da ala, que representava a “sorte virada para a lua”.

Nesta segunda (12) mais seis escolas desfilam na Marquês de Sapucaí no último dia de desfiles do Grupo Especial. A primeira escola a desfilar será a Mocidade Independente de Padre Miguel, depois vem a Portela, Vila Isabel, Mangueira, Paraíso do Tuiuti e Viradouro.