Em resposta a vídeo de Ciro Gomes, que o atacou, o ministro da Segurança Institucional, general Augusto Heleno, disparou um petardo bem no estilo do governo Bolsonaro: “Ciro Gomes, que eu mal conheço e considero um canastrão, publicou um vídeo com uma série de ofensas a mim. Não vou responder, porque o considero um lixo humano, nem vou processá-lo, por ser um caso igual ao Adélio, inimputável por ser débil mental”, escreveu no Twitter.
A reação do general bate de frente com a insistência do presidente Jair Bolsonaro em sugerir “alguém por trás de Adélio Bispo, que o esfaqueou em 2018 e foi considerado inimputável pela justiça por problemas mentais. A declaração de Heleno não deve afetar coisa alguma no governo, até porque nem a polícia nem a justiça levam a sério a insinuação do presidente, mas enfatiza, mais uma vez, uma das obsessões dele, junto à eficácia da cloroquina, o fim do isolamento para evitar saques a supermercados e a conspiração dos governadores contra sua pessoa.
A última vez que Bolsonaro tocou no assunto foi no pronunciamento à nação “para restabelecer a verdade” sobre a saída do ministro Sérgio Moro, quando comparou seu caso ao da vereadora carioca Marielle Franco, executada por milicianos, um deles chamado Ronnie Lessa e vizinho do presidente no condomínio Vivendas da Barra, no Rio de Janeiro. No pronunciamento feito no Palácio do Planalto, diante de todo o primeiro escalão do governo, o presidente disse o seguinte:
“Será que é interferir na Polícia Federal quase que exigir e implorar a Sergio Moro que apure quem mandou matar Jair Bolsonaro? A Polícia Federal de Sergio Moro mais se preocupou com Marielle do que com seu chefe supremo. Cobrei muito dele isso aí. Não interferi. Eu acho que todas as pessoas de bem no Brasil querem saber, e entendo, me desculpe seu ex-ministro, entre meu caso e o da Marielle, o meu tá muito menos difícil de solucionar”.