A ideia nasceu num telefonema que Pedro atendeu no trabalho, de uma colaboradora isolada em casa sem ninguém para conversar: que tal um serviço telefônico de contação de histórias, leitura de poemas e livros para quem se sente solitário na quarentena prolongada?
Duas semanas mais tarde, mais de 2.500 se inscreveram para ouvir e 900 para contar histórias no programa “Histórias por telefone”. Nem Pedro Gerolimich, superintendente de leitura e conhecimento da Secretaria estadual de Cultura, que recebeu o telefonema e teve a ideia, esperava tamanha aceitação.
Cristina Ávila de Melo, de 45 anos, funcionária pública e poeta, foi a primeira a se inscrever no programa. “Eu me sinto bem em participar, ganho coisas boas quando faço algo de coração. Às vezes eu também estou me sentindo sozinha, então eu leio para alguém e depois trocamos uma ideia”.
Ruth Leite, de 81 anos, inscreveu-se inicialmente para ouvir, mas depois decidiu ler: “Eu me sinto mais útil e não tenho tempo para pensar na solidão”, diz ela, que já foi professora de francês e português e começou um curso de teatro antes do isolamento.
Quem se inscreve como voluntário recebe uma cartilha com dicas, além da lista de nomes e telefones para chamar. Entre as dicas estão falar com voz alegre e suave, se apresentar e então perguntar se a pessoa pode ouvir naquele momento e, depois da leitura, falar o nome do autor. A secretaria disponibiliza ainda um arquivo com poemas, fábulas, contos e letras de canções e as ligações podem ser feitas também pela internet, expandindo o serviço a outros e países, como Portugal.
Para ouvir histórias acesse https://bit.ly/formulario-historias
Para contar histórias acesse https://bit.ly/sejaumcontadordehistorias