Ritmos brasileiros e compromisso social na calçada da Paulista, para quem quiser. FOTO: Agência Ophélia

Hoje, e nos demais domingos de setembro, em frente ao Itaú Cultural, sempre às 15 horas, a calçada da Avenida Paulista vira pista de dança com direito a forró, samba rock e dance hall jamaicano.

A diversidade dos grupos e coletivos periféricos de dança é promovida pela projeto Arte na Rua, associado à Ocupação Milton Santos, na mostra Territórios Culturais Periféricos, exposta no Itaú Cultural.

“O território, para o Milton Santos, não é aquela demarcação geopolítica e sim, aquele espaço onde as relações econômicas e subjetivas acontecem. Na periferia essa visão de território consegue se concretizar”, afirma Elielson Leite, curador do evento.

Com programação variada, os próximos ritmos serão o dance hall jamaicano e o samba rock, fechando o mês.

Os ritmos da periferia

O chamado forró urbano é o ritmo que abriu o baile de rua, acompanhado do pizeiro, forró roots, forró contemporâneo, além de influências de outras danças brasileiras. O casal de dançarinos Íris de Franco e Evandro Paz, que dançam juntos há sete anos, desenvolveu um método para dançar forró, o uaná urbano.

Segundo os criadores, a técnica deriva do forró universitário, que apresenta outros estilos e formas de dançar o ritmo. “O método é desenvolvido desde 1994 e eu colaboro há onze anos formando professores e dançarinos pelo mundo”, explica Íris.

A Ocupação Milton Santos

Conhecido nacional e internacionalmente, o geógrafo Milton Santos desenvolveu parte do seu trabalho fora do Brasil, devido ao exílio durante a Ditadura.

A ocupação que leva seu nome expõe, até 8 de outubro, a trajetória do nascimento à morte, suas ideias e a influência que o intelectual provoca em novos pensadores, ativistas e artistas, principalmente das periferias.

A coordenadora do observatório cultural do museu e jornalista Luciana Modé, acredita que a ocupação apresenta para outros públicos o principal conceito do geógrafo de forma visual, artística e estética. Afasta a ideia de um discurso acadêmico, no contexto do qual Milton Santos era reconhecido.

“A gente traz várias imagens de equipamentos periféricos com a leitura de artistas da periferia inspirados na obra do geógrafo, como um poema de Sérgio Vaz, o rap do Renan Inquérito e um vídeo de Itamar Vieira, que tem no site da ocupação”, conta Modé.

Gostou da matéria?

Contribuindo na nossa campanha da Benfeitoria você recebe nosso jornal mensalmente em casa e apoia no desenvolvimento dos projetos da ANF.

Basta clicar no link para saber as instruções: Benfeitoria Agência de Notícias das Favelas

Conheça nossas redes sociais:

Instagramhttps://www.instagram.com/agenciadenoticiasdasfavelas/

Facebookhttps://www.facebook.com/agenciadenoticiasdasfavelas

Twitterhttps://twitter.com/noticiasfavelas