A unidade só atenderá casos muito graves, onde há risco de morte.
Na manhã desta quarta-feira (03), foi entregue um relatório feito pelos funcionários do Hospital Federal de Bonsucesso à direção da unidade. Nele, é apontado um déficit de 77 médicos na emergência, quando deveria ter 124 profissionais trabalhando, operando então com 38% do efetivo. Com isso, só estão atendendo àqueles que chegam com sério risco de morte.
Segundo o documento apresentado, há uma quantidade média de dois médicos por dia para uma demanda gira próximo de 50 atendimentos e 70 internações.
Além disso, no último final de semana, a emergência se encontrou fechada porque dois médicos, plantonistas de sábado e domingo, pediram demissão. “Como a maioria dos médicos cumprem contrato temporário, não há vínculo com o hospital. O alto nível de estresse causado pela sobrecarga de trabalho aliado ao baixo salário provoca a desistência por parte desses profissionais”, contou um funcionário.
Nesse sentido, na ocasião do caso citado anteriormente, ocorreu a morte de um aposentado, Antônio Pádua Duarte,64 anos, que teve seu caso piorado por falta de atendimento. Só ontem apareceu uma médica, que transferiu meu irmão para a sala vermelha. Mas já era tarde demais. “É um descaso total com a vida das pessoas”, disse a irmã da vítima.
Se na clínica geral o problema já é grande, a situação também é perigosa na ala pediátrica. O abandono do poder público é tanto que, só nesse setor, faltam 25 pessoas capacitadas para assumir o cargo. Por essas e outras razões, o local foi fechado na tarde de ontem (2). Soma-se ainda a informação de que, no mesmo dia, foram desativados dez leitos da sala amarela. Nesta, são alocados pacientes em tratamento intensivo.