Taslim e Luiza Nobel lançam clipe afrofuturista em homenagem a Anastácia, símbolo de resistência entre o movimento negro
Conhecida como “Escrava Anastácia”, a personagem da mulher negra que tinha sua face coberta por uma máscara de ferro se tornou símbolo de resistência entre o movimento negro.
Em sua homenagem, a carioca Taslim e a cearense Luiza Nobel lançam o clipe de “Anastácia”, canção original de mesmo nome que integra o primeiro álbum de Taslim, “Pretambulando”.
https://www.youtube.com/watch?v=4YwI_tcXJi4 Disponível no Youtube, a produção afrofuturista apresenta mundos distópicos e viagens no tempo, com sonoridade inspirada no pagodão e nos beats modernos da Bahia.
Com roteiro escrito pela própria Taslim e figurino assinado por Luiza, o vídeo foi dirigido pela paulista Dani Lopes e gravado em São Paulo, um ponto de encontro para as duas cantoras.
No clipe, elas também vivem em mundos diferentes: enquanto Taslim vem de uma realidade futurista e distópica, Luiza habita um local de aquilombamento. É por meio de um espelho que elas se conectam e a imagem de Anastácia é a grande representação dessa união.
Na história, Taslim foge de um mundo onde é perseguida e vive à espreita de ser capturada. Do outro lado do espelho, ela encontra uma vida possível: um quilombo onde Anastácia reina.
“Quando a minha personagem vê a Luiza, ela logo se enxerga naquele mundo, que é colorido, mais livre e com pessoas parecidas com ela… Sem máscaras. Lá ela se sente acolhida por não precisar mais fugir ou se esconder”, explica Taslim.
Para Luiza, o clipe é um reflexo do que foi o próprio processo de produção e de gravação, por reunir artistas de diferentes localidades e histórias em uma cidade como São Paulo.
“É muito importante ter esse intercâmbio de negritudes que o trabalho está proporcionando, por serem pessoas pretas de vários lugares gravando em uma cidade que junta gente do Brasil inteiro para construir novos espaços. É um aquilombamento”, defende Luiza.
O single é um remix produzido pelo produtor baiano Mimoso, que tem em seu currículo trabalhos de direção musical, produção musical e trilhas para teatro e cinema. Para ele, a música é uma forma de celebração da figura de Anastácia e de denúncia de quantas mulheres ainda passam por situações parecidas de silenciamento e opressão.
“A partir da perspectiva de afrofuturo, tentei traduzir em sons o que seria o afropresente também. Estamos vivos agora. São duas mulheres pretas brasileiras falando sobre um passado e pensando um futuro melhor”, concluiu Mimoso.
TASLIM (@eutaslim)
Cantora, compositora e escritora apaixonada pela cultura africana e negra, Taslim traz uma proposta afrofuturista de busca de raízes e de encontros pela arte. Lançado em novembro de 2021, Pretambulando é o álbum de estreia da artista, onde ela traz canções autorais que fazem uma viagem musical por vários estilos da cultura negra, africana e da diáspora, desde o soul ao afrobeat. Com letras que falam sobre experiências vividas pela artista em suas andanças pelo continente africano e pelo mundo, suas canções levam mensagens antirracistas e de representatividade do ponto de vista de uma mulher negra.
LUIZA NOBEL (@luizanobel)
Cantora, compositora, atriz, e leonina entregue ao olhar de quem a escuta, Luiza Nobel traz, sobretudo, uma voz de liberdade e força, atravessada por sua vivência de mulher negra. Foi uma das contempladas a integrar a edição 2019 do Laboratório de Música da Escola Porto Iracema das Artes e vencedora do Festival de Música da Juventude de Fortaleza no mesmo ano. Com seu show solo “Baile Preto” levou diversão, ancestralidades e denúncia ao carnaval em Fortaleza em 2020, ainda esse ano fez uma breve passagem por São Paulo onde fez seu show autoral acompanhada do músico Zeis no Aparelha Luzia. Integrou o festival Elos fazendo a abertura de Elza Soares, além de ter sido uma das atrações do Palco Fortaleza, no Réveillon 2020 na Capital. Em 2021, recebeu o Prêmio Digital de Música Cearense e foi vencedora no Festival de Música de Fortaleza.
MIMOSO (@filipemimoso)
É compositor, músico, diretor musical/criativo, beatmaker e filmmaker baiano. Sua produção artística é resultante de diversos elementos e fontes diferentes, que inclui manipulação de samples, colagens musicais, instrumentos orgânicos e digitais (live eletronics) que atuam na construção de paisagens sonoras. Tendo como principal referência e pesquisa a música e estética africana/afro-diaspórica, busca, entre texturas, timbres e samples, desenvolver uma identidade sonora própria. Em 2018 co-criou o selo musical e estúdio criativo “GANA”, onde atua como diretor criativo/produtor musical.
Gostou da matéria?
Contribuindo na nossa campanha da Benfeitoria você recebe nosso jornal mensalmente em casa e apoia no desenvolvimento dos projetos da ANF.
Basta clicar no link para saber as instruções: Benfeitoria Agência de Notícias das Favelas
Conheça nossas redes sociais:
Instagram: https://www.instagram.com/agenciadenoticiasdasfavelas/
Facebook: https://www.facebook.com/agenciadenoticiasdasfavelas
Twitter: https://twitter.com/noticiasfavelas