“Com a pandemia nosso mundo acabou. Meu marido é fotógrafo, como trabalha se não tem festa? Não tem comemorações, batizados, casamentos, eventos”, desabafa Alejandra Escalona, 37 anos, venezuelana e professora de espanhol.
A pandemia adiou o sonho de muitos refugiados e imigrantes que vieram para o Brasil em busca de oportunidades. Alejandra, por exemplo, chegou há cinco anos para estudar em São Paulo. Mas enfrentou muita dificuldade, abandonou os estudos e resolveu ir com a família para Salvador. Ela vive com o marido e três filhos, vende bolo no pote e oferece aulas de espanhol pela internet.
Na capital baiana, a família de Alejandra e mais 21 famílias, em sua maioria Venezuela e de Cuba, recebem ajuda da Pastoral do Migrante, da Paróquia Ascensão do Senhor, que tem o padre Manoel Filho como responsável. aproximadamente 60 pessoas são acolhidas pelo projeto. Além das cestas básicas, recebem atendimento médico, ajuda na compra de remédios e são orientadas para o mercado de trabalho.
Segundo informações do atlas temático Migrações Internacionais na Região Nordeste, realizado pelo Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), no Nordeste, o estado da Bahia é o que mais recebe migrantes internacionais. A pesquisa do atlas ainda mostrou que, entre os 2000 e 2017, 117,9 mil migrantes internacionais registrados se instalaram na região Nordeste, a maior parte deles no estado da Bahia (36,2 mil). Em segundo lugar vem o Ceará, com 26,4 mil migrantes.
Além da Pastoral do Migrante, os refugiados recebem ajuda da Universidade Salvador (Unifacs), que promove desde 2019 o projeto Centro de Serviço ao Imigrante, com curso de português e cultura brasileira para refugiados e migrantes. Os interessados podem se inscrever na rede social do projeto que terá aulas online a partir de setembro. https://www.instagram.com/centrodeservicoaomigrante/