Uma pequena batida no trânsito terminou com o motorista Antônio Rodrigues, 52 anos, sendo assassinado pelo policial militar Saulo Oliveira de Souza,30, por volta das 15 horas de ontem, na pista central, Km262, da Br101 Norte, Grande Vitória ES. Populares que estavam no local do crime disseram que a vítima implorou para não ser morta. Antônio estava na carreta MRU 0484, sem a carroceria parada no semáforo do cruzamento entre a rodovia e o acesso ao bairro Barcelona, no sentido Vitória município de Serra. O veículo apresentava problemas mecânicos.

 

O PM Saulo dirigia o Gol prata MTA 1856, onde estavam esposa e a filha de 2 anos, e seguia pela mesma pista. Testemunhas disseram que o policial buzinou antes de desviar da carreta e entrar de vez, na frente da carreta para seguir pela via transversal.

 

O militar à paisana saiu do carro, sacou a arma que portava e atirou contra Antônio. A vítima tentou conversar com Saulo, antes de ser alvo de quatro tiros à queima roupa. Segundo testemunhas a vítima implorava para não ser morta. ” Pelo amor de Deus, o carro está quebrado’ e vieram os tiros”. Foi assim que um dos clientes do posto de combustíveis em frente à cena do crime descreveu a execução do caminhoneiro Antônio Rodrigues, pelo PM Saulo de Oliveira de Souza.

 

O soldado Saulo Oliveira de Souza apesar de ter um comportamento considerado “excepcional” pela corporação – o que significa que está há pelo menos seis anos sem receber qualquer punição – respondeu a sete sindicâncias na Corregedoria da Polícia Militar. Todas elas são relativas a atos de serviço, que podem envolver, inclusive, a participação em tiroteio em que morreram duas pessoas.

 

Das sindicâncias, apenas uma continua em aberto. O motivo dela, no entanto, não foi divulgado pela PM. Apenas foi ressaltado pela corporação que esse tipo de procedimento administrativo é comum, já que corriqueiramente o policial militar se defronta com situações em que tem que efetuar disparos em serviço. E toda vez que isso acontece e que há feridos, é aberto uma sindicância.

 

Ao saber que um Policial Militar assassinou um trabalhador, provocou revolta nos motoristas, passageiros de ônibus e moradores da região que aglomeraram em torno do local do crime e gritavam “assassinos” e “justiça”. Mais de 25 policiais chegaram ao local para dá cobertura ao PM Saulo que saiu em uma viatura da corporação sem ser algemado e com uma camisa que cobria o seu rosto. O delegado Josafá da Silva responsável pelo caso disse que vai indiciá-lo como homicídio qualificado.

 

Tão triste e lamentável quanto a este crime, foi o visível corporativismo da classe. O presidente da Associação de Cabos e Soldados chegou a alegar que Saulo atirou em legítima defesa embora a vítima não estivesse armado. A única reação da sr.Antônio foi pedir pelo amor de Deus para não ser morto. O Comandante Geral da PM Cel Ronet William disse que: ” o PM Saulo não será jogado na cova dos leões”.

 

Fonte, Jornal Notícia Agora- Vitória .ES

 

Rumba Gabriel