O Instituto Maria e João Aleixo (IMJA) e a Associação Brasileira de Tradutores e Intérpretes(ABRATES) firmam parceria para instituir programa Abrates Afro. A proposta tem como objetivo criar condições para que pessoas negras tenham espaço ampliado nos trabalhos de tradução e interpretação. Para o lançamento da iniciativa, será realizado o seminário “A participação do profissional negro no mercado de tradução e interpretação”, dia 20 de outubro, às 17h, no Galpão Bela Maré, Maré, no Rio de Janeiro.
O Programa Abrates Afro surge como proposta de garantir maior presença negra em um espaço que conta com baixíssima diversidade racial. Para promover condições que apostem na equidade na presença de trabalhadoras e trabalhadores na tradução e interpretação, a ABRATES, em parceria com o IMJA,irá oferecer palestras, oficinas e treinamentos online para pessoas negras aspirantes no exercício dessas funções, de grande importância para o conhecimento. Aposta-se, com isso,no estímulo para a formação e rede de apoio aos futuros profissionais da área, estabelecendo parcerias com universidades e cursos livres para atingir o maior número possível de profissionais negros.
“O IMJA e a Abrates compartilham da mesma visão de agir a favor da democratização do ofício de tradutor e intérprete. A parceria é estratégica, além de essencial nos tempos de hoje”, afirma Daniel Stefani, líder da parceria no Instituto Maria e João Aleixo.
A idealizadora e coordenadora da iniciativa, Rane Souza, conta que é a única tradutora negra associada à Abrates no Rio de Janeiro. Ela afirma que não tem notícia de nenhuma ou pessoa negra que atue profissionalmente na cidade e que no Brasil são muito poucas no exercício de tais funções. “Temos uma lacuna grande no recorte racial da tradução e da interpretação. Isso gerou um incômodo em mim e, imaginando que esse incômodo não era só meu, propus a ideia à Abrates, que prontamente aceitou. Acredito que é só o começo, mas estamos no caminho certo para iniciar essa reparação”, diz Rane.
A média salarial de um tradutor em carreira inicial com carteira assinada fica em torno de R$2.300,00 a R$3.000,00 por mês, chegando a R$6.000,00 para profissionais especializados que atuam de forma liberal. Com bons ganhos, a profissão não exige grandes investimentos. “O mercado da tradução e da interpretação é financeiramente viável. O preço dos cursos de especialização não é alto e o material didático está, majoritariamente, disponível online”, afirma Ricardo Souza, diretor da Abrates.
Serviço:
O que: Seminário “A participação do profissional negro do mercado de tradução e interpretação”.
Por que: Lançamento do programa Abrates Afro, com objetivo de incluir e inserir negras e negros no mercado da tradução e interpretação.
Quando:Dia 20 de outubro, sábado, às 17h.
Onde: Galpão Bela Maré
Quem: Rane Souza – Tradutora e Intérprete
Ricardo Souza – Presidente – Abrates
Douglas Viana – Instituto Maria e João Aleixo