Ontem (23), as Forças Armadas, com apoio das polícias Civil e Militar, iniciaram uma operação nas comunidades Vila Kennedy, Vila Aliança e Coreia, na Zona Oeste, envolvendo 3.200 homens.
Desde a última quarta-feira (21), quando foi autorizada pelo presidente Michel Temer a intervenção federal na segurança pública do Estado do Rio de Janeiro, moradores e moradoras de favelas estão vivendo cada dia momentos de mais insegurança, além de pavor e medo.
São crianças a caminho da escola sendo abordadas por policiais com apoio militar, exército fotografando, individualmente, cada morador de favela para “fichar” no cadastro das Forças Armadas, além de restringirem o trabalho da imprensa em certos casos.
Em Vila Kennedy, moradores só podiam sair ou entrar após se submeterem a uma inspeção fotográfica do exército, a fim de averiguar uma suposta anotação criminal. Esse procedimento fere a liberdade de ir e vir e grave violação constitucional. De acordo com o Comando Militar do Leste (CML), “este procedimento é considerado legal e é feito regularmente para agilizar a checagem de dados com o banco de dados da Secretaria de segurança”. No entanto, a Defensoria Pública, em nota, contesta essa abordagem, “o fato de se morar em uma comunidade pobre não é razão suficiente para esse tipo de suspeita”.
Outro caso contestado por moradores, foi o uso de um campo de futebol como acampamento do exército, na mesma comunidade, cerceando uma área de diversão de jovens, crianças e adultos, em detrimento de uma ação à nível de guerra.
A tal garantia da lei da ordem (GLO) e a questão da Segurança Pública não foram feitas para todos. E o que era para ser segurança, virou insegurança.