A Intervenção Federal no Rio de Janeiro tem gerado uma intensa articulação da sociedade civil carioca. Diversos fóruns e espaços de discussão tem sido abertos na cidade no sentido de questionar, articular enfrentamento de arbitrariedades, preservar a vida e propor novas formas de enfrentar a questão da violência.
Ontem foi a vez dos trabalhadores da cultura se reunirem no encontro denominado “Intervensomos: arte, cultura e educação para reinventar a cidade”, realizado no Teatro de Anônimo, dentro da Fundição Progresso, na Lapa, Rio de Janeiro.
O encontro estava marcado para 19 h e um novo dilúvio começou a cair às 18h30. Mesmo assim, 75 pessoas participaram de um intenso debate que foi até 22 h.
O texto de chamada para a reunião – convocada por movimentos culturais como Reage, Artista!, Movimentos pela Cultura e Censura Nunca Mais – afirma:
“É inadmissível que, num momento de aguda violência como esse, o campo da Cultura esteja tão esvaziado, desvalorizado, enfraquecido! (…) Cultura, Arte e Educação deveriam ser o eixo da reinvenção urbana. O eixo de reinvenção da cidade.”
O objetivo do encontro se dividia em dois eixos:
- Articular uma rede de trabalhadores da cultura com forte atuação social para pressionar, através de ocupações culturais do espaço público, as esferas de poder municipal, estadual e federal, que, segundo a avaliação predominante, estão realizando um imenso desmonte das políticas públicas de cultura.
- Construir, coletivamente, um plano de longa duração (10 anos) que garanta uma intervenção cultural-artistica-educacional com escala, abrangência territorial e financiamento, colocando, finalmente, a cultura no eixo da reinvenção urbana, gerando oportunidades e espaço de expressão e trabalho para a juventude popular da cidade.
Também foi discutida a importância de articulação com outros fóruns da cidade, principalmente os protagonizados pelos moradores, ativistas e midialivristas das favelas.
Estiveram presentes diversos grupos culturais e artísticos, como o Coletivo Bonobando, Jongo da Serrinha, Projeto Morrinho, Do Buraco sai o quê?, Ocupa Escola, Despina, Pólo de Desenvolvimento Cultural do Andaraí, Cia Marginal, Teatro de Anônimo, Cia Monte de Gente, Palhaças Profanas, Festival Carioca de Contação de Histórias, Cia Volante e Movimento de Artistas de Teatro do Rio de Janeiro (Mater) .
Um novo encontro será marcado para semana que vem e, também, foram encaminhadas ações que em breve serão divulgadas.