O ano era 2013, eu recém de volta ao Rio, ainda decidindo que fazer da vida profissional fui levado às ruas pelo clamor dos protestos pelos 20 centavos. Fazia mais de 5 anos que eu não andava mais de ônibus, mas não era só pelos 20 centavos, eles apenas foram a motivação necessária naquele momento para materializar o nosso desejo por protestos.
Certo é que, até hoje não se sabe ao certo contra quem protestávamos, eu não queria a saída da presidenta Dilma, tanto que a mandatária teve meu voto no ano seguinte. Me parece que tudo era na verdade uma indignação contra a classe política como um todo, em que o chefe do executivo era apenas a figura maior dentro dessa estrutura de divisão e gestão do Estado naquele momento.
Para além dos objetivos que foram, ou não, alcançados, o que ficou foi o gosto por fazer parte desse momento, por viver essa experiência pela primeira vez em 24 anos, me sentindo um sujeito político ativo na história do meu país.
De lá em diante a atuação nos movimentos sociais ganhou força e projeção, movimento de favelas, direitos humanos, educação, NICA e um grande número de micropolíticas feitas diariamente.
Mas, sou categórico em afirmar, junho de 2013 me trouxe até aqui. Ele me transformou no ser político efetivo que sou hoje. E isso vale mais que qualquer 20 centavos. Pois então, se puder, vá as ruas! Elas certamente irão te transformar mais que qualquer texto lido e republicado do conforto da nossa militância de sofá.