As empresas deverão atestar que os referidos profissionais se encaixam nesse perfil- Crédito: Paulo de Almeida Filho/ ANF

Dizem que os olhos são as janelas da alma e que através deles é possível perceber se uma pessoa está sendo verdadeira enquanto fala.

Crédito: Paulo de Almeida Filho/ ANF

E como aplicar esse conceito diante de alguém que é cego?

Essas e outras dúvidas devem pairar nas mentes de muita gente. Agora se imagine diante de uma pessoa com inúmeras habilidades, principalmente na escrita (utilizando os recursos disponíveis para alguém cego), com participação ativa em movimentos sociais, articulada com instituições, órgãos públicos, atuante em causas politicas, atenciosa com tudo a sua volta. Como anda sua imaginação até aqui sobre esse alguém?

O paragrafo terminou e talvez você nem lembre que foi citado nele sobre uma pessoa com deficiência visual. Surpresa?

Crédito: Paulo de Almeida Filho/ ANF

Foi exatamente assim que os estudantes do curso da turma RACC- Rede de Agentes Comunitários de Comunicação e outros presentes ficaram, surpresos, com tamanha desenvoltura de Ednilson Sacramento, Jornalista cego, que palestrou sobre comunicação e acessibilidade para pessoa com deficiência e fez as pessoas enxergarem sua realidade com outro olhar.

Ednilson abordou vários pontos da sua trajetória de vida, seja como ativista social, desde quando começou a participar de movimentos e também pela sua experiência acadêmica durante o curso de jornalismo, onde sentiu a necessidade de criar algum mecanismo que pudesse democratizar o acesso à comunicação as pessoas com deficiência visual e de profissionais que tivessem subsídios para produzir conteúdos para as pessoas cegas, criando assim um guia para orientar jornalistas e comunicadores em geral.

O entusiasmo e motivação que é provocado em que ouvi uma palestra como essa é algo indescritível, traz uma reflexão profunda para quem tem a visão a enxergar a vida com outros olhos, literalmente. A visão é um dos sentidos geralmente usado por pessoas que não têm deficiência visual, mas nem sempre a cegueira está no olho, talvez o coração não veja a vida em sua beleza plena.

Crédito: Paulo de Almeida Filho/ ANF

“…devia ter complicado menos, trabalhado menos, ter visto o sol se pôr”.

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Paulo de Almeida Filho
Jornalista, Especialista em Comunicação Comunitária, Mestre em Gestão da Educação, Tecnologias e Redes Sociais - UNEB - Universidade do Estado da Bahia. Editor da Agência de Notícias das Favelas. Pesquisador do CRDH- Centro de Referência e Desenvolvimento em Humanidades - UNEB - Universidade do Estado da Bahia. Professor de Pós Graduação, em Comunicação e Diversidade, na Escola Baiana de Comunicação. Assessor da REDE MIDICOM- Rede das Mídias Comunitárias de Salvador. Membro do Grupo de Pesquisa TIPEMSE - Tecnologias, Inovação Pedagógicas e Mobilização Social pela Educação. Articulado Comunitário do Coletivo de Comunicação Bairro da Paz News. Membro da Frente Baiana pela Democratização da Comunicação. Integrante do Fórum de Saúde das Periferias da Bahia. Membro da Frente de Evangélicos pelo Estado de Direito- Núcleo Bahia. Integrante da Rede de Proteção de Jornalistas e Comunicadores Coordenador Social do Conselho de Moradores do Bairro da Paz, EduComunicador e Consultor em Mídias Periféricas.