O jornalista Luan Araújo foi condenado por crime contra a honra da deputada, e foi sentenciado a oito meses de prisão, sendo que sua pena foi convertida em serviços comunitários. Na véspera do segundo turno da eleição de 2022, Luan foi ameaçado e perseguido pela deputada com uma arma, pelas ruas.

Após o ocorrido, o jornalista publicou em uma coluna do Diário do Centro do Mundo, detalhes sobre a perseguição e afirmou que a deputada manteria uma ” seita de doentes de extrema-direita que a segue incondicionalmente e segue cometendo atrocidades” e que a mesma é parte de uma “extrema-direita mesquinha, maldosa e que é mercadora da morte”. A justiça determinou a remoção do texto.

Segundo o juiz Fabrício Reali Zia, do Juizado especial criminal da Barra Funda, São Paulo, as críticas teriam excedido os limites razoáveis e prejudicaram a imagem e reputação da deputada e classificou a publicação como discurso de ódio.

Morador da zona leste de São Paulo, Luan tem 34 anos e cursou Jornalismo na Universidade São Judas Tadeu. O jornalista é bem ativo nas redes sociais, onde atua em defesa da Luta antirracista e apoiando políticos de esquerda. A defesa de Luan discorda da sentença e avisa que irá recorrer, visto que Luan é jornalista e estava no exercício de sua profissão, “usufruindo do direito constitucional de liberdade de expressão, liberdade de imprensa, quando fez críticas ao segmento político do qual a deputada faz parte”.

A condenação de Luan provocou reflexão nas periferias, sobre uma suposta seletividade do sistema judiciário, de como corpos negros são rapidamente julgados e sentenciados, e até quando pretos, pobres, e periféricos terão que estar sentados no banco dos réus?

(Foto montagem Causa Operária)