Apurar fatos, conversar, rabiscar, anotar…transmitir. Em linhas gerais, esse roteiro parece simples se seguido como uma receita de bolo ou algo parecido, mas o trabalho do jornalista vai mais além. Hoje, 7 de abril é Dia do Jornalista!
Para falar ou escrever sobre o Dia do Jornalista é necessário, primeiro, destacar a importância desse profissional para a sociedade. Você que é jornalista já parou para pensar quantas pessoas irão ler o que você escreve ou assistir ao que você expõe na televisão?
Já se deu conta da importância do que você diz e como isso vai se multiplicar, sendo replicado, encaminhado e até modificado de leitor para leitor, de telespectador para telespectador, de internauta para internauta?
Esse questionamento serve para lembrarmos o quanto somos importantes, não pelo fato de sermos jornalistas, cujo diploma nem mais é exigido como requisito indispensável, mas por estarmos na ponta da informação, por sermos o elo entre a sociedade e poder estabelecido.
Somos nós, jornalistas, que ouvimos a reivindicação dos trabalhadores, quando cobrimos situações de greve na educação ou na saúde, por exemplo, e que a levamos aos ocupantes do poder, questionando sobre a solução que será apresentada a esses trabalhadores.
Da mesma forma, as manchetes dos jornais no dia seguinte ou o imediatismo dos sites de notícias trazem o que o Poder Público tem a dizer para esses trabalhadores.
O jornal impresso cumpriu esse papel durante muito tempo, sendo aguardado ansiosamente nas primeiras horas do dia, com a notícia esperada milhares de trabalhadores, que dependiam de uma posição a respeito de suas reivindicações.
Estou me referindo à classe trabalhadora e suas reivindicações apenas como a ilustração que me ocorreu no momento para citar a importância do jornalista nesse processo e, mais que isso, a importância de uma apuração séria dos fatos e sua capacidade de síntese e transmissão dessa notícia.
Da mesma forma e, talvez, até mais importante ainda, está o jornalismo comunitário ou a Comunicação Comunitária, que é feita a partir da participação da comunidade nesse processo. Um jornalismo onde a própria comunidade participa e é estimulada a expor os seus problemas através de informativos, boletins, jornais impressos, vídeos e pela internet.
O jornalista novamente assume o papel de concatenar e organizar as idéias e deixar mais claro e objetivo para a sociedade o que realmente essa comunidade está enfrentando. Notícias que trazem à tona problemas como a falta de saneamento básico, o posto de saúde que não funciona e denúncias as mais diversas possíveis dão visibilidade aos problemas comunitários e muitas vezes ajudam a resolvê-los.
Não é o papel de salvador da pátria que deve ser assumido pelo jornalista, mas daquele que vai até o problema, chega junto da comunidade e expõe suas feridas para o poder. As aberrações encontradas em muitas comunidades pela falta de estrutura e de compromisso público são tão gritantes que, muitas vezes, chocam a sociedade.
Por vergonha ou medo do “linchamento eleitoral”, os governantes acabam por voltar seu olhar para o problema, mas só depois de sua exposição pela imprensa, seja ela no jornal escrito, na televisão, no rádio ou na internet.
O presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais da Paraíba, Land Seixas, resumiu bem sobre o papel do jornalismo comunitário para a sociedade. “A gente sabe que a imprensa oficial não atinge como nós desejamos a ação dentro das comunidades. Se não houver um grupo de pessoas que se mobilize dentro das comunidades, esse trabalho jornalístico não chega onde deveria chegar. Por isso é importante a participação da comunidade nesse processo do fazer jornalístico. É fundamental a comunicação comunitária para a sobrevivência do próprio jornalismo”, disse.
Land Seixas ainda destacou que não há nada mais importante do que levar jornalismo sério para as comunidades. O jornalismo comunitário é um trabalho lindo! É um trabalho muito importante porque as empresas de comunicação não fazem isso, ou fazem muito pouco. “O jornalismo comunitário faz com que a comunidade revele seus problemas para o mundo. Os jornais comunitários eram mais frequentes no passado, mas infelizmente estão desaparecendo, são poucas as comunidades que resistem, que têm um canal de informação para reclamar, reivindicar e mostrar os seus problemas. Temos que valorizar esse trabalho e quero aqui parabenizar a todos que dão vez e voz às comunidades”, concluiu.
Gostou da matéria?
Contribuindo na nossa campanha da Benfeitoria você recebe nosso jornal mensalmente em casa e apoia no desenvolvimento dos projetos da ANF.
Basta clicar no link para saber as instruções: Benfeitoria Agência de Notícias das Favelas
Conheça nossas redes sociais:
Instagram: https://www.instagram.com/agenciadenoticiasdasfavelas/
Facebook: https://www.facebook.com/agenciadenoticiasdasfavelas
Twitter: https://twitter.com/noticiasfavelas