Jovem é preso ao tirar habilitação no Detran

Créditos - Facebook do Wilian

O abaixo-assinado pedindo liberdade para o Jovem já reuniu mais de 500 assinaturas.

O jovem foi acusado por um policial de ser um dos 40 homens que fizeram sete PMs reféns no Morro dos Prazeres, em 20 de novembro de 2017. Durante uma hora, os PMs da UPP local sofreram tortura psicológica e foram expulsos da favela sob ameaças. O policial só denunciou William em abril, cinco meses após o fato, não se sabe o motivo. Em seu depoimento à Polícia Civil, que deu origem ao mandado de prisão, disse que reconheceu o rapaz pelos cabelos.

William Preciliano Bezerra da Silva, de 21 anos, nascido e criado no Morro dos Prazeres, foi tirar sua carteira de habilitação no Detran do Largo do Machado. Após se identificar, aguardava ser atendido no momento em que policiais civis foram chamados pelo responsável do posto o prenderam sem explicar o motivo  ele só soube a razão mais tarde, na Polinter da Cidade da Polícia, onde passou sua primeira noite atrás das grades.

“Sou o pai dele, estou dando a carteira de motorista por ser um bom filho. Os policiais chegaram lá e o prenderam sem mais nem menos. Ele nem sabia por que estava sendo preso. É muito querido aqui no morro, nunca fez nada de errado com ninguém, acabou de terminar os estudos e nos deu muito orgulho por isso disse o pai. Ele nunca me deu dor de cabeça. Eu e a mãe dele estamos passando mal, desde ontem não consigo comer, minha pressão está muito alta, fui parar no hospital por causa disso.” diz o pai José Preciliano da Silva, em entrevista ao jornal O Globo

Segundo informações Willian, estudante, participante de projetos sociais como Premier Skills, Jovens Construtores e mapeamento do UNICEF RJ, não é envolvido com o tráfico ou atitudes desonrosas. Ele é apenas um jovem morador de favela, que assim como outros muitos são massacrados diariamente por um Estado degenerado.

Os moradores dos Prazeres fizeram um mutirão para pegar assinaturas em um documento que diz que o jovem é um cidadão de bem, que nunca esteve envolvido com qualquer tipo de crime. Além disso, a escola onde o mesmo estuda, instituições onde ele fez diversos cursos emitiram declarações comprovando que o mesmo sempre esteve envolvido em ações de educação e desenvolvimento pessoal.

Na página @PrazeresInforma diz que “A polícia que deveria estar no território para nos defender, oprime mais que a própria realidade. Morador de favela não é bandido, merece respeito e dignidade. ”

Procuramos o Defezap que é um serviço de denúncias de violência de Estado na região metropolitana do Rio de Janeiro onde qualquer pessoa pode enviar denúncias de violência ilegal cometida por agentes públicos em serviço, como policiais, guardas municipais, militares, entre outros.

Neste tipo de situação, o DefeZap costuma orientar que a vítima ou sua família providenciem assistência jurídica o quanto antes, pois para questionar prisões só é possível em juízo. Caso existam provas de abuso ou uso desproporcional de violência no momento da detenção, esse caso com essas provas podem se tornar um caso DefeZap, sendo encaminhado para os órgãos de controle da força policial para que eles tomem as medidas necessárias para conter os abusos e reparar as vítimas.

De toda forma, qualquer cidadão ou cidadã da região metropolitana do Rio de Janeiro, pode entrar em contato com o DefeZap através do Whatsapp (21) 99670-1400 para receber orientação ou fazer uma denúncia.