“Pixaim”, “nariz de panela” e “cheia de celulite” foram algumas das frases identificadas e denunciadas pela influenciadora digital baiana Izadora Oliveira de Jesus, de 21 anos, que teve vários perfis falsos criados com ofensas racistas. Mesmo com as provas dos ataques, a jovem teve dificuldade de registrar denúncia nas delegacias que procurou por três dias seguidos.
“O seu cabelo que não presta e quer sair de você, parece lodo”, escreve um agressor em uma das mensagens. “Você natural é horrível, o cabelo original parece uma bola de Bombril, feia demais, e se acha a mulher linda. Gorda, cheia de celulite, estria, nariz feio, cabelo ruim, sinceramente, você se acha demais”, foram outras mensagens ofensivas.
“Me sinto mal, não só pelo ataque, mas por ter tanta burocracia para punir alguém. Isso só mostra que a pessoa pode fazer qualquer coisa com a minha imagem sem ser punida, de cometer racismo por trás de perfis falsos e agir normalmente. A dificuldade e todo o processo na delegacia foi constrangedor, fiquei muito sem graça. E toda a situação de insistir para ter um direito que é meu, isso é horrível. E até na última vez que consegui registrar a queixa, passei três horas na delegacia e precisei insistir muito até o policial ir conversar com a delegada que autorizou”.
A Lei de Crime Racial, 7.716, determina que os crimes de preconceito racial tenham a pena de reclusão a quem tenha cometido atos de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional, independentemente de o crime ter sido cometido on-line ou offline.