Após protesto de amigos e familiares, Gabriel dos Santos Silva, de 23 anos, morador do Novo Horizonte, em Salvador, foi solto neste domingo, 14, depois de ter ficado dois dias presos por suspeita de roubar um carro.
O jovem foi preso na sexta, 12, na região do Centro Administrativo da Bahia, perto da agência bancária, quando foi sacar o seguro desemprego. Ele, trabalhava como estoquista.
“Ele foi preso, não tinham elementos que demonstrassem que ele era o autor do delito. Foi uma prisão extremamente arbitrária. A pessoa que estava no ato, a vítima de uma suposta extorsão afirma que nunca viu o Gabriel na vida. Ele foi preso realmente por uma injustiça, porque era um preto que estava ali naquela hora e eles estavam procurando um culpado. Os homens pretos quando pintam o cabelo de loiro se tornam mais marginalizados do que eles já são no nosso cotidiano. O preconceito recai de forma absurda”, Natália Petersen, advogada.
Segundo a Polícia Civil, o suspeito de ter cometido o roubo, era negro, tinha cabelo loiro e tatuagens, características que colocaram Gabriel como autor do crime, informações sobre o perfil do suspeito foram passadas pelo marido da vítima.
“Foi uma situação difícil e o que eu passei não desejo para ninguém. Meu cabelo não justifica, meu bigode não justifica…Eu apanhei dos policiais na hora que fui abordado, foram coisas fortes que eu não sei se fosse outra pessoa teria aguentado…mas eu quero esquecer tudo isso, levantar a cabeça e seguir a minha vida. A gente vai lutar juntos, a minha ainda não acabou e se tiver de mais pessoas, mas se tiver vamos lutar juntos”, Gabriel dos Santos.
Em depoimento alguns familiares relataram que Gabriel ficou na cela com outras pessoas que estão com Covid-19, após ser solto ele fez exames e aguarda o resulto do teste.