O termo idadismo, ou etarismo (ageism, em inglês), foi definido em 1969 por Robert Butler – gerontólogo estadunidense, para se referir aos estereótipos (como pensamos), preconceitos (como sentimos) e à discriminação (como agimos) em relação à idade. Apesar de idadismo e etarismo serem termos mais conhecidos e usados no dia a dia, outros como ageísmo, gerontoísmo, ancianismo, idosismo e velhismo são usados em alguns textos. Os quatro últimos se referem, especificamente, ao preconceito etário contra as pessoas idosas.
A campanha “Respeito não tem prazo de validade” ocorre durante o mês junho, em alusão ao dia 15 de junho, data em que é lembrado o Dia Mundial de Conscientização da Violência contra a Pessoa Idosa – instituído pela Organização das Nações Unidas, em 2011, com o propósito de sensibilizar a sociedade sobre o enfrentamento à violência contra a pessoa idosa.
Em 2023, do total de denúncias registradas pelo Disque 100, a maioria foi contra crianças e adolescentes (141.667) e pessoas idosas (88.408) e as maiores espécies de violações por negligência e maus tratos. Isso demonstra que agressores se aproveitam da vulnerabilidade das vítimas em relação às idades para praticar violações de direitos humanos.
A campanha tem o objetivo de destacar a importância de se garantir a dignidade e os direitos dessa população. A ação tem como mote o combate ao idadismo, uma das formas de violência contra a pessoa idosa relacionada ao preconceito em relação à idade. As ações de comunicação irão abordar as diferentes violências sofridas por mulheres – público mais afetado pelo idadismo – e homens em relação à idade, como, respectivamente, a sobrecarga acumulada e a perda do poder.
O idadismo usa a idade da pessoa para classificá-la e identificá-la de maneira discriminatória, depreciativa e estereotipada. A prática ainda é bastante comum e tem consequências nocivas à sociedade, porque afeta a autoestima e, consequentemente a saúde física e mental, além de prejudicar as pessoas pela exclusão de espaços sociais e laborais, causando impacto em vários setores da vida.
O idadismo ocorre em três dimensões: institucional (dentro das organizações); interpessoal (entre pessoas) ou contra si próprio (internalizado). O secretário nacional dos Direitos da Pessoa Idosa, Alexandre da Silva, ressalta a urgência de mudar essa cultura. “Quando o idadismo é internalizado e a pessoa pensa que não é mais capaz, significa um fracasso das políticas públicas, um fracasso da sociedade, porque a gente tendo condições de enfrentar, não conseguiu, e a pessoa acha que não é uma pessoa sujeita de direitos e de poder usufruir plenamente a sua cidadania”, explicou.