Por interpelação do Conselho Nacional de Justiça, a juíza federal substituta Gabriela Hardt, hoje no lugar que foi de Sérgio Moro na 13ª Vara Federal de Curitiba, terá de explicar o oferecimento de R$ 508 milhões da Operação Lava Jato ao governo federal para o combate à pandemia. A oferta original foi feita pela força-tarefa de Curitiba e teve autorização da magistrada.
Gabriela Hardt deverá apresentar em quinze dias informações sobre a origem dos recursos, se o dinheiro está depositado em conta vinculada à Justiça, se os valores já foram transferidos, se eles decorrem de processos com trânsito em julgado (sem recursos possíveis) e quais os critérios usados para a destinação do dinheiro.
O Conselho considera haver grande disparidade no valor a ser destinado, visto que em maio deste ano a juíza informou o ministro Braga Netto, da Casa Civil, sobre a disponibilidade de “valores depositados neste juízo de R$ 21.681.374,13 que podem chegar a até R$ 508.785.381,95 para destinação ao enfrentamento à pandemia”.
A força-tarefa de Curitiba ofereceu o dinheiro obtido em multas pagas por empresas que firmaram acordos de leniência durante a operação.
Reportagem da televisão mostrou que um mês depois da oferta ser autorizada pela juíza, o governo federal não respondeu se aceitaria o dinheiro. Posteriormente, Gabriela Hardt informou que havia feito contato telefônico, fora do processo, com a Casa Civil, quando ouviu que os procedimentos para transferência do dinheiro sendo adotados. Há dois dias, o ministro interino da Saúde, general Eduardo Pazuello, aceitou a doação de recursos recuperados pela força-tarefa da Operação Lava Jato em Curitiba (PR) para combater o coronavírus.