Inspiração para letras de Dorival Caymmi, lugar que reunia frequentadores ilustres como Caetano Veloso e Gal Costa, a Lagoa do Abaeté está agonizando e pode desaparecer.
A Lagoa do Abaeté, além de ser um famoso ponto turístico da Bahia, tem grande importância para moradores de Itapuã e região. O local era onde os amigos se reuniam para conversar, as crianças brincar, mulheres lavavam e reuniam para lavar roupas, e até igrejas evangélicas realizarem bastimos.
No entanto, a situação no local é preocupante, o nível da água está muito baixo, e parte das réguas de medição colocadas em pontos estratégicos para monitorar a profundidade da lagoa, não medem mais nada.
Diretor de águas do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hidrícos (Inema), o engenheiro sanitário e ambiental Eduardo Topázio, afirmou que o principal motivo da degradação da lagoa é a impermeabilização do solo, causado pelo asfaltamento das vias próximas. “O Abaeté é alimentado pela chuva. O que garantia que ficasse cheia por mais tempo era a água que acumulava nas dunas de areia, que mantinha a lagoa permanentemente alimentada. Como o solo está impermeável, a água não infiltra, ela escorre pela superfície e vai parar lá na praia. Esse é o problema”, explica o especialista.
Ainda segundo o técnico, uma solução eficaz, seria substituir o asfalto por algum tipo de piso que garantisse a permeabilidade do solo. Ele cita como exemplo as intervenções na Barra, onde o pavimento é mais propício a penetração da água no solo e a diminuição de tráfego de veículos no local, que ajudaria na recuperação do local e incentivaria a circulação de pessoas na região.
Construído nos anos 90, o Parque do Abaeté conta com uma estrutura que tem quiosques, lojas, parquinho infantil e uma extensa área de lazer, além, claro, da beleza natural do local. Porém, nada disso parece atrair turistas ou mesmo moradores de Salvador, já que o equipamento costuma ficar vazio aos fins de semana.
Um dos fatores que baianos e turistas alegam para deixar de fazer visitas ao local é a insegurança. Porém, em nota, a polícia informou que são feitas rondas, guarnições atuam em viaturas e motocicletas em diversas operações preventivas, repressivas e ostensivas. A população, pode denunciar casos suspeitos através do 190 ou o disque denúncia 3235-0000. Também é importante que registre a queixa na Delegacia da área, pois o policiamento é estabelecido de acordo com a mancha criminal.