Século XXI
Eu vejo polícia matando gente inocente.
Eu vejo um monstro matando uma senhora a pauladas por 30 pratas que não paga um lanche no MC Donald’s.
Eu vejo nosso presidente se aliando a Donald Trump.
Eu vejo o sangue nos olhos dessa gente e o sangue é vermelho, então pode ser meu ou pode ser seu, ele não se preocupa mais com quem o elegeu.
Discagem direta a distância 21.
Não se aceita o término de um relacionamento,
á violência a mulher é massificada na cidade.
Mulher não é patrimônio, não se emplaca com número.
Você não é dono mesmo pagando o motel e o lanche.
O ciúme carnal aguça os demônios,
deixa pai e mãe com saudades chorando.
O governo não faz nada pela gente,
a polícia quebra a piscina que o tráfico fez por não achar coerente,
mas só gerou a violência por que o Papai Noel esqueceu
de deixar em baixo do banco da viatura o presente,
40 gramas de corrente seria o suficiente para a polícia não subir
e acabar com a alegria de quem estava contente.
Dinheiro compra carro, mas não paga uma vida na estrada.
Dinheiro compra casa, mas não paga uma vida retirada da matéria
e deixada só a casca no sofá da sala.
Dinheiro compra drogas, mas não compra as rodas dos amigos.
Dinheiro compra, mas não paga o preço do apreço.
A ganância cega o indivíduo, os juros, as correções monetárias,
já vi família desesperadas, desestruturadas por falta das cédulas.
A internet é a prova de que as pessoas são crédulas.
Nas fábulas os animais agem como seres humanos,
e quando os seres humanos agem como animais o que a gente faz ?
Eu lamento a violência,
eu choro e sinto a falência humana,
Eu me deito em prantos e
já não sei mais pra quem eu rezo.
Eu peço amor, menos ódio e dor,
perdoe a gente que não entende ,
não sabe em qual rua se vira ou se espera na esquina.
Tem mancha de sangue por todas as partes,
os muros da cidade estão pichados,
são cartas de saudades e desabafos marginais.
São órfãos de um sistema falido,
que gerou um sistema paralelo e o rejeita como filho.
Deus expulsou Lúcifer do paraíso mas ele era seu filho.
Eu acredito que estamos perdidos,
fomos jogados em tanta tragédia que não tem como
ter um submundo mais abaixo que isso, mais esquálido,
se come tantas almas por aqui que se sente o mau hálito
ao andar sozinho nas madrugadas da nossa metrópole.
Se ouve o silêncio continuo,
um grito de socorro se escuta se tiver um bom ouvido,
uma energia de dar calafrio,
esse é o cenário das madrugadas do nosso Rio.
Do precipício pulamos em aquerente para nos banharmos.
A dor é só um adicional mas é o ponto crucial,
sentimos no ponto mais fraco, o talho com o punhal ,
o giro do punho estuprando a ferida.
Escorre ralo a baixo o líquido que nos trás vida,
extinguindo alegrias e deixando o luto no nosso Rio de janeiro à janeiro.
Victor Tavares, triste poeta, câmbio desligo!!!