Caio Ferraz, Coronel Marcos Paes, Coronel Brum, Ruben Cesar Fernandes, Vera Lúcia da Silva, Emir Laranjeiras, Sérgio Cerqueira Borges e Biscaia são nomes bem conhecidos para alguns, para outros nem tanto, o que eles tem em comum é o fato de terem participado, de uma maneira ou de outra, de um momento da história do Rio de Janeiro ocorrido em vinte e nove de agosto de mil novecentos e noventa e três e que completará dezoito anos: A Chacina de Vigário Geral.
A história da Chacina, com todos os nomes acima citados e muitos outros, será contada no documentário “LEMBRAR PARA NÃO ESQUECER” que foi dirigido por Milton Alencar Júnior e teve um período de mais de um ano de filmagens. Uma das maiores entrevistas é a de Vera Lúcia, que perdeu oito pessoas de sua família, sendo sua casa posteriormente transformada em Casa da Paz, o simbolo de luta e resistência da favela de Vigário Geral.
Outra fala é a de Caio Ferraz, sociólogo, que na época teve a ideia de montar a Casa da Paz e com a ajuda do Pastor Caio Fábio, comprou a casa onde a família de evangélicos foi assassinada para montar um simbolo de resistência. Pouco tempo depois, Caio foi ameaçado de morte e obrigado a sair do país, para manter sua segurança e de sua família, tendo recebido asilo oficial do governo dos Estados Unidos, onde permanece até hoje.
O roteiro do Filme é do escritor José Louzeiro, autor de quarenta livros e que também escreveu Pixote e Lúcio Flávio, o Passageiro da Agonia.
Nesse momento, não há melhor lugar para o lançamento desse documentário que o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, que acontecerá no dia vinte e nove de agosto, quando completam dezoito anos da chacina. A obra serve para tocar na ferida da impunidade que anda assombrando nosso país, traçando um paralelo com o que aconteceu há dezoito anos e continua acontecendo nos dias de hoje, como assassinatos dos moradores das favelas e até de magistrados.