Uma audiência coletiva foi realizada no Memorial dos Povos Indígenas, em Brasília, com a presença da Ministra da Cultura Margareth Menezes e diversas lideranças indígenas. Na pauta, além de cânticos e danças, as lideranças de todas as regiões do país apresentaram propostas como apoio a festivais, editais específicos para a cultura indígena, repasse de recursos direto para as entidades indígenas e apoio para a produção artesanal e promoção de eventos da juventude indígena e esportivos.
Crédito: Claudia Correia
Juliana Tupinambá, do Sul Bahia, representou a Articulação dos Povos e Organizações Indígenas do Nordeste, Minas Gerais e Espírito Santo – Apoinme e defendeu a democratização no acesso aos recursos orçamentários. “Precisamos organizar outra edição dos Jogos Indígenas Mundial, realizado em 2015 e festivais para mostrar os talentos, apoio para publicar poemas e literatura de cordel dos jovens “, afirmou.
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O estudante de Produção Cultural da UFBA, Rayhatã Pataxó, no sul da Bahia, entregou à ministra o projeto para a realização do Encontro de Jovens Indígenas da Bahia e denunciou a violência e o desmatamento na região. “A Mata Atlântica e a restinga estão sendo destruídas pelos empreendimentos hoteleiros e turísticos. Os jovens estão sendo assassinados nos conflitos de terra”,afirmou. Ele pediu a devolução ao povo Tupinambá do Manto Sagrado que estava no Museu Nacional da Dinamarca e foi recuperado.
Rayhatã Pataxó, do povo Pataxó, Porto Seguro, estudante de Produção Cultural-UFBA
Presentes no encontro a Diretora do Museu do Índio, no Rio de Janeiro, Fernanda Kaingang, o Diretor de Memória do Ministério dos Povos Indígenas Eliel Benites, o presidente do Instituto de Patrimônio Histórico Artístico Nacional -IPHAN Leandro Grass, além de outros setores e órgãos vinculados ao MinC.
A diretora Fernanda Kaingang entregou à ministra e aos participantes o documento “Protegendo saberes, fazeres, sabores e dizeres para o futuro da sociobiodiversidade indígena” assinado por catorze entidades indígenas e institutos em defesa da proteção à propriedade intelectual sobre os conhecimentos tradicionais,recursos genéticos e expressões culturais indígenas.
Crédito: Claudia Correia
Após todas as demandas apresentadas pelos grupos étnicos a ministra se comprometeu alinhar as propostas para incorporar ao Plano Nacional de Cultura, construído a partir da Conferência Nacional de Cultura, de 4 a 8 de março.
“Estamos de portas abertas através do Cultura Viva, dos incentivos das leis Paulo Gustavo e Aldir Blanc e do Pontão de Cultura. Queremos uma rede de colaboração com os povos indígenas para nos indicar caminhos, valorizar a riqueza da cultura indígena das 305 etnias “, declarou.
A ministra elogiou a posse do escritor indígena Ailton Krenak na Academia Brasileira de Letras, agradeceu a coroa indígena que recebeu de presente e ressaltou a força política do Acampamento Terra Livre-ATL que encerrou nesta sexta-feira , 26, na capital federal .
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