A escritora Djamila Ribeiro vai entrar com representação no Ministério Público contra o Twitter, alegando que a rede social “explora economicamente o racismo e a misoginia” e que “lucra com ataques sem defesa a mulheres negras”. Djamila foi um dos assuntos mais comentados daquela plataforma no fim de semana, quando foi alvo de críticas por ter veiculado um conteúdo comercial pago pela empresa de táxis 99 em um momento em que entregadores fazem movimento contra os aplicativos de entrega.
“A gente entende que essas pessoas são levianas, fazem ataques descabidos”, afirmou Djamila, que diz já ter manifestado apoio às paralisações dos entregadores. “Mas entendemos que o Twitter permite”, afirma. A escritora também registrou boletim de ocorrência por ameaças recebidas por ela e por sua filha devido à repercussão do fim de semana.
O Twitter divulgou nota a propósito:
“Sabemos que ainda temos a avançar em nossos esforços para promover conversas cada vez mais saudáveis no Twitter, e estamos abertos à colaboração de diferentes partes interessadas em nos dar sugestões de como fazer as pessoas se sentirem mais seguras em se expressar na plataforma.
Dito isso, é importante ressaltar que temos tomado uma série de medidas nos últimos anos para endereçar esse compromisso, incluindo a revisão de regras e políticas, como a de conduta de propagação do ódio; o aumento na detecção proativa, via tecnologia, de conteúdos potencialmente abusivos; e o lançamento de dezenas de recursos e funcionalidades para que as pessoas possam controlar sua experiência na plataforma, como a possibilidade de ocultar Tweets o experimento que limita quem pode responder a um Tweet, por exemplo.
“Além disso, por sua característica aberta e pública, em que diferentes perspectivas podem ser acessadas por todas as pessoas que usam a plataforma, o Twitter tem sido o lugar em que movimentos da sociedade, como por exemplo #VidasNegrasImportam, #ÉCoisaDePreto, #MeuExAbusivo e #MeuAmigoSecreto, nascem ou ganham visibilidade.”