Domingo de reflexão. Dia para avaliarmos para onde queremos caminhar e qual o nosso compromisso com o futuro dos que amamos. Que país queremos deixar para os nossos filhos e netos?
Mais uma vez a nossa elite se movimenta para coibir direitos dos mais pobres, dos favelados, dos negros, dos trabalhadores, somente para eles. Escravos, lúpens, vassalos.
Sentem-se donos da sociedade em que vivemos, apesar de não serem maioria, mas nos apontam o dedo e vomitam a toda sorte veneno.
Se esgueirassem para seus bueiros, isso não estaria acontecendo. Se aceitassem sem luta os ferros que lhes pertencem, isso não seria necessário. Se entendessem respeitosamente qual o lugar que lhes pertence, isso não aconteceria. Se não nos contestassem com suas simplórias esperanças, isso não ocorreria. Se a docilidade fosse empregada para lidar com seus “superiores”, isso não estaria acontecendo. Se satisfizessem com o que vos é oferecido, isso não ocorreria. Se tivessem ficado nos limites dos seus territórios, longe dos espaços socialmente produtivos, se aceitassem com humildade a chibata que lhes pertencem, isso não ocorreria.
Bílis sai da boca dos que se sentem superiores. A arrogância é colocada como cartão de visita, o orgulho de fazer parte de uma casta eugênica.
Os acontecimentos que já se prolongam desde o impeachment, as manobras políticas-jurídicas-militares para garantir a não candidatura do ex-presidente Lula, desaguou ontem na sua prisão. Dia triste para a democracia, tempos tristes para o Brasil.
Acontece que agora o Lula não é mais só o Lula, como ele mesmo disse. Lula é uma ideia, é um querer, uma identidade, um sentimento, uma aliança, uma alegria, uma paixão, uma esperança. É um compromisso com tempos melhores, com uma vida mais digna, com salários justos, com acesso à educação, à cultura, à ciência, à tecnologia, a um sistema de saúde eficiente, e isso vai além da pessoa do Luiz Inácio Lula da Silva. É isso que atualmente ele retrata para aqueles que desejam uma sociedade com menos desigualdades.
Esse movimento no tabuleiro da política, utilizando o judiciário e setores militares para garantir a prisão do ex-presidente, demonstra a fraqueza e a falta de representatividade da direita eugênica. Lula é líder nas pesquisas. Com essa atitude ampliaram ainda mais a visibilidade mundial do ex-presidente. Fizeram alguns setores da própria direita reconhecerem que é uma prisão política. Levantaram e atiçaram a militância que agora vai para o trabalho de captação de votos com mais garra, com mais gana, com mais compromisso. Lula está para além do Lula.
Espero que os movimentos jurídicos, junto ao Supremo Tribunal Federal (STF), cheguem ao bom termo, que a Constituição seja observada, seguida, respeitada, porque ela é farol e guia de uma sociedade democrática.
Hoje é dia de avaliarmos onde estamos e com quem contamos. Acho que com mais gente do que antes, precisamos ficar atentos aos movimentos recrudescedores. Hora de perdermos o medo de ser maioria, arrumar a bagunça do entorno, se fortalecer, se reagrupar e partir para as urnas.
Se é que até lá ainda conseguiremos ser uma Democracia. Torço que sim.
Evoé!
