Em 24 horas duas notícias bombaram nas mídias como que reforçando a ideia do abandono a que está relegado o país neste final de governo, sobretudo no que diz respeito a prioridades definidas por Jair Bolsonaro desde os primeiros dias de sua gestão: numa a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, a CAPES, comunica que não poderá responder pelo pagamento de mais de 200 mil bolsas de estudo de mestrado e pós já a partir deste mês, apesar do dinheiro empenhado, porque o governo fechou a torneira das verbas necessárias – aliás, consideradas por ele desnecessárias.
Na outra notícia bombástica, o próprio presidente Jair Bolsonaro autorizou a compra de 98 veículos blindados pelo Exército, ao custo de mais de 5 bilhões de reais, apesar de o Brasil não viver nenhum conflito com os vizinhos nem em qualquer parte do mundo. O brinquedinho é o que existe de mais avançado e caro no mundo e é fabricado na Itália. A assinatura do contrato de compra estava marcada para o dia cinco último, mas como a fatura ficaria para o governo Lula, é provável que tenha sido suspensa.
Isoladas, as duas notícias não têm coisa alguma em comum, a não ser a destinação de dinheiro público no Brasil, que segue o desejo imperial do presidente, fã e amigo dos militares, além de ter sua origem na caserna até ser expelido na década de 1980 como “Napoleão de hospício” depois de ameaçar explodir instalações públicas do Rio de Janeiro em protesto contra o soldo que recebia.
O exemplo lembrado aqui pode não ser forte nem dramático o suficiente, com certeza a equipe de transição, pelo lado do Alckmin, vem se deparando com coisas muito mais assustadoras do que a preferência por armas poderosas e destruição a livros e saber. Jair Bolsonaro nunca escondeu, ao contrário, posou com armas fictícias, simulou fuzilamentos e fez “arminha” até com mãos de crianças.
O que impressiona é ver tanta gente defendendo o presidente e seu governo depois de quatro anos de trevas, sustos, ameaças, atentados, assassinatos e destruição do país e de seu patrimônio grande e portentoso como a Amazônia. É lamentável o estado em que Lula e sua equipe encontrarão o Brasil a partir do mês que vem, e é preciso que se responsabilize Jair Bolsonaro no dia seguinte à posse do novo governo.
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