O Clube da Luta é um grupo de voluntários que ensina artes marciais e outras modalidades esportivas gratuitamente, nas favelas do Complexo do Alemão e entorno. O projeto atua há 15 anos de forma desconexa, e há 4 em grupo. Hoje, é referência em formação de campeões em eventos oficiais de taekwondo, jiu-jitsu e kickboxing, além de oferecer karatê, MMA, capoeira, basquete, atividades de lazer, cultura e cidadania a seus professores e alunos, tendo até reforço escolar.
Tudo se iniciou com três professores de artes marciais, um deles André Luiz Fernandes, fisioterapeuta e faixa preta de taekwondo. A principal motivação foi a necessidade de dar alguma ocupação para as crianças da comunidade, que estão em extrema vulnerabilidade social, e o desejo de afastá-las do caminho do crime.
Falamos com Ronaldo Conrado, coordenador técnico do Clube da Luta, graduado em educação física. “Contamos com apoio de condôminos, associação de moradores e equipamento do estado para comportar e fornecer apenas o local pras atividades. As dificuldades são várias, principalmente a financeira, pois sem os devidos recursos deixamos de atender mais crianças, comprar materiais para os treinos”, disse ele.
“Quando temos que inscrever nossos alunos em alguma competição, ou comprar algum material mais caro para as atividades, fazemos rifas, almoços ou festas para arrecadar o dinheiro necessário, de forma conjunta.”, acrescenta.
Sobre o esporte, Ronaldo destacou: “As artes marciais, praticadas há séculos por monges para harmonizar mente e corpo, trazem grandes benefícios à saúde física e mental de crianças. São de grande ajuda na disciplina e na boa conduta da criança. Trabalham valores de não-violência, respeito mútuo e observação a regras. Ensinam que, primeiramente, a competição deve acontecer dentro do próprio indivíduo, desafiando suas próprias desarmonias. Assim, formamos cidadãos melhores para nossa sociedade”.
Os planos para o futuro do Clube são conseguir mais parcerias, a fim de melhorar o atendimento através de um melhor suporte material.
Matéria da edição de maio de 2019 do jornal A Voz da Favela