Lamentável ter que dizer que o exército nesta madrugada de domingo 06/11/2011, fez os moradores lembrarem da noite em que Orlando Jogador foi assassinado por Uê, numa terça-feira de junho de 1994. O dia de uma traição histórica no universo do narcotráfico foi marcada pelas explosões e tiros por toda a favela, em um momento trágico que neste domingo veio a lembrança de muitos moradores.
Estamos vivendo uma traição do poder publico e do poder militar ou estamos viviendo em uma guerra não anunciada?
Somos massacrados pelo governo e agora somos vitimas de ações militares como se nós fossemos os traficantes. Bem ou mal os traficantes nunca agiram com os moradores com tamanha falta de respeito. Mais uma vez os moradores estavam em uma festa num salão alugado para acomodar as pessoas e o exército apareceu para impor a ordem do silêncio.Respeitado foi desligado o som, mas as pessoas continuaram no local. Não satisfeitos começaram a atirar para o alto tentando dispersar as famílias, homens, mulheres, crianças e jovens. Não se sabe o porque dessa atitude, causando assim um alvoroço no local. Houve muita indignação e revolta. Os soldados atirando e jogando bombas nas pessoas foi como se estivesse num campo de guerra onde avançar e atacar era o objetivo. Os soldados que estavam em outros pontos do morro também atiraram pro alto, causando assim a sensação de guerra daquele dia que Orlando jogador foi assassinado… Lamentável ter que conviver com o medo, e pior, medo daqueles que estão aqui para a ação de pacificar. O que será que o exercito vai dizer desta ação ou colocará mais uma vez a culpa nos moradores? Ou será intimidação e silêncio? Estamos aqui para viver e dar continuidade em nossas vidas. Sabemos que muitos desses jovens soldados estão cumprindo ordens, mas existem muitos deles com sede de terrorismo e a sensação de estarem num território antes proibido lhes fascinam e causa uma euforia, aumentando a adrenalina em suas mentes, e suas ações acabam causando acidentes sérios e uma nova disputa de poder. Isso é visivel quando ocorre esse tipo de acontecimento em que somente quem é a vitima sabe expressar o terror que viveu. Estamos no meio do Rio de Janeiro e o que é pior, no alto do complexo de favelas da Penha. Nem tudo que acontece se divulga, nem tudo que se houve é verdadeiro e nem tudo que se diz e boato.
Queremos nossos direitos de viver livre e sem ditadura, queremos nossas casas e ruas livres do terror, queremos paz, queremos a lei e a constituição defendendo os homens de bem dentro da legislação e dos direitos humanos!