Na terça-feira 30/07, durante um tiroteio que acontecia na rua Joaquim de Queiroz na Grota, um jovem de 21 anos, chamado Weslley Rodrigues, foi detido sob alegação de portar um rádio transmissor, mas, segundo moradores e testemunhas, não foi bem assim que aconteceu.
A mãe do rapaz acredita que a prisão do filho foi forjada. Segundo ela, existe um plantão da UPP do Alemão, que põe terror na favela.Os policiais desse plantão já haviam ameaçado o filho dela diversas vezes. Alexandrina da Cruz, 42 anos, relatou a Agência de Notícias das Favelas, que seu filho estava trabalhando, e que, na hora que os tiros começaram, o rapaz entrou em uma loja para se proteger e o rádio transmissor que a polícia disse ter encontrado com o rapaz estava no lixo.Os próprios moradores afirmaram isso aos policiais mas, mesmo assim, a polícia fingiu não escutar e chegou agredir física e publicamente o rapaz. A mãe, que ainda não teve contato com o próprio filho, disse que por diversas vezes, o jovem foi abordado por esses policias até mesmo indo para escola de uniforme.
“Eu não sei por que eles cismaram com meu filho, mas o fato é que ,meu filho é negro, pobre e favelado. mas tem mãe e, se existe justiça, eu vou lutar para que ela aconteça.”
A mãe diz que o filho nunca se envolveu com nada ilícito, estudava, trabalhava, tem comprovante de residência no nome e, mesmo assim, levaram seu filho preso: “nunca vi bandido, estudar e trabalhar”, argumenta! “Meu filho foi preso trabalhando” diz.
Alexandrina, que está há dois meses trabalhando como doméstica, fala do sacrifício que faz pelos seus filhos, e diz que nunca imaginou passar por isso, mesmo morando na favela. Ela e seus filhos são conhecidos por todos : “Weslley é um menino bom, calado, meu filho do meio, bom filho, imagina do nada ser preso, longe de todos, o que estão fazendo com meu filho? Tenho 3 filhos, vejo as coisas acontecendo na tv e nunca imaginei que isso poderia acontecer comigo.É uma dor, que nem sei como explicar, não como, não durmo, só quero meu filho e que a justiça seja feita.” Justifica.
E ainda diz que não falou nada antes, pois imaginava que quando chegasse na delegacia, e averiguassem que seu filho não tem nenhum envolvimento ele fosse liberado, porém, após mais de uma semana, ninguém tem notícias do rapaz, e para a família, cada dia parece uma eternidade, e a angústia só aumenta sem saber notícias do seu filho.
*Até o fechamento dessa matéria a Assessoria da Unidade Polícia Pacificadora não tinha se pronunciado sobre o ocorrido.