Mães

Imagem: Reprodução internet.

“Nossa, acho que comi algo que me fez mal, só não me lembro o que foi”. 

E ela correu para o banheiro, para tentar pôr pra fora todo mal que acreditava estar dentro dela.

Ao vomitar tudo que estava em seu estômago, lembrou que havia comido apenas o de costume: carne, salada, feijão e arroz.

Num outro dia no trabalho, ela sentiu uma leve tonteira, sentou-se um pouco para descansar. Pensando consigo mesma, falou: “É pressão baixa. Daqui a pouco passa, isso besteira”. 

E passou sim, um mês, dois, três, e ela já estava ansiosa esperando para ver a cara do rebento que iria nascer. 

Se era menino ou se era menina, não importava, mas seria muito bem vindo e muito amado o querido bebê.

E ainda meio sem saber como seria sua vida daqui pra frente, começa a fazer o pré-natal e o enxoval, e a se preparar para cuidar daquele serzinho inocente.

Nove meses se passaram. Corre, arruma a bolsa, pega os documentos, vamos para o hospital. Não esqueça o cartão do pré-natal! O bebê vai nascer daqui a poucas horas, ele está chegando, a dor está cada vez mais forte, está indo e voltando.

A cabeça rodopia, o coração dispara, o corpo todo se arrepia, as dores vão e vem, e no útero o bebê se meche muito. Ela fala meio entre dentes “calma, neném. Não vejo a hora de ver seu rostinho, sentir seu cheirinho e ter você em meus braços também.”

No leito da maternidade, horas de sofrimento, de angústia misturada a ansiedade. 

Segura forte nas mãos de seu/sua acompanhante, que sem saber o que fazer, lhe diz palavras de conforto a todo instante.

Mais de 8 horas se passaram, as dilatações aumentaram, a mulher faz força e empurra pra baixo a barriga. O médico diz: “só mais um pouco. Vai, faz força. Mãe, já passou a cabeça!”

Segura, puxa e quase rasga o lençol e, de dor, ela grita. 

Bem tarde da noite, no início da madrugada, ouvi-se um choro alto e forte, de parto normal. Nasceu e é um menino. 

Ela o olha, dá um sorriso. Já está apaixonada. E nos braços da mãe, sentindo o cheiro do leite, ele procura o peito. O bebê quer dar sua primeira mamada.

Nasceu forte, bonito e saudável. Feliz, a mamãe fica debruçada no bercinho só observando, enquanto o bebê dorme. Mas, ela sabe que está só no início de uma grande jornada, e pensando em voz alta diz; “é agora que vai começar a minha batalha.”

Sim, a nova mamãe estava certa, mesmo sem saber direito o que a espera. 

Serão noites mal dormidas, muitos choros e também muitos sorrisos, e durante um bom tempo de sua vida. Será muita correria no seu dia a dia.

E cada momento passado com o filho é um desafio, ao mesmo tempo que o ensina, ela aprende, o que pode e o que não pode, o que serve e que não serve. 

Descobre que, ao mesmo tempo que é uma pessoa frágil, também é muito forte. 

E que está preparada pra tudo, menos para ver seu filho ser levado pela polícia ou levado pela morte. 

Artigo anteriorComunicador de Recife lança canal no YouTube e parceria com revista
Próximo artigoEvento gratuito na Lapa: Cine-Sarau Seca Carioca tem filme, música e poesia
Carla Regina
Sou estudante do último período da faculdade de Jornalismo, gosto muito de ler e de escrever. Me acho simpática, pelo menos é o que me dizem as pessoas quando me conhecem, mas creio que eu seja sim, pois adoro fazer novas amizades e conservar as antigas. Comunicativa, dinâmica e muito observadora, um tanto polêmica. Gosto muito de trabalhar em equipe, mas, dependendo da situação, a minha companhia para trabalhar também é ótima. Pois, na minha opinião, a solidão aguça a criatividade, fazendo com que a mente e os pensamentos fluam um pouco melhor. Comecei a trabalhar muito nova, ainda quando criança e já fiz muita coisa na vida, mas meu sonho sempre foi ser Jornalista e Historiadora, cheguei a ter muitas dúvidas de qual faculdade cursar primeiro, já que para mim as duas carreiras são maravilhosas. Então, resolvi entrar primeiro para o Jornalismo e no decorrer do curso percebi que cursar a faculdade de História não era só uma paixão, mas também uma necessidade para linha de jornalismo que que pretendo seguir. Como sou muito observadora e curiosa, as duas profissões têm muito a ver com minha pessoa. Amo escrever e de saber como tudo no mundo começou, até porque. tudo e todos tem um passado, tem uma história para ser contada.