Conciliar a maternidade e a vida profissional é um desafio para a mulher Foto: Thinkstock
Foto: Thinkstok. Conciliar a maternidade e a vida profissional é um desafio para a mulher

Dias das mães no próximo, domingo 12/05, e as temáticas que englobam o meio retornam ao campo de discussão da sociedade. Na vida das mães, assuntos que envolvam filhos e maternidade nunca deixam de permear os diálogos, os pensamentos e as atenções. Numa legítima linguagem jornalística: é uma pauta que nunca cai.

Apesar de ser o setor comercial o verdadeiro beneficiado nessa data, cria-se uma evidente oportunidade para debates sobre a importância da mulher/mãe nos espaços circundantes, mesmo que essa evidência aconteça apenas uma vez ao ano. Um desses espaços é a conciliação da vida materna e da vida profissional. Existe mesmo vida profissional pós-maternidade?

Embora esta pergunta permeie a cabeça de muitos, sim, existe!  É mais uma das inúmeras tarefas que a mulher adere à vida. E para aderir mais uma tarefa não é necessário suprimir outra. Bom, pelo menos não deveria se todos contribuíssem para o andamento em conjunto da vida  pessoal e profissional da mãe/mulher.

Não bastassem as cobranças internas, as mães são obrigadas a lidar com cobranças externas diariamente. Ir à uma reunião importantíssima ou cuidar do filho doente? Adiar os estudos até o bebê alcançar determinada idade ou empurrar com a barriga o sonho acadêmico? Ficar até depois do expediente ou ir para casa e aproveitar a família? O dia bem que poderia ter 30h, mas não tem.

“Você não vai dar conta; é muita responsabilidade; você vai precisar faltar ao trabalho; precisamos que toda a sua atenção esteja voltada para o trabalho; uma mulher que tem um filho não atenderá às necessidades da empresa porque a prioridade será sempre o filho” são comentários que mães são obrigadas a ouvir quando são dispensadas de empregos, quando estão à procura de um e quando ainda estão exercendo suas funções em alguma empresa. É este o mercado que afasta a mãe da criação e convivência dos filhos e que depois, junto à sociedade, cobra da mãe – e somente dela – a educação e o acompanhamento que não foi dado.

Os pais são “esquecidos” nessas horas. São esquecidos pelo mercado, pela sociedade, por eles mesmos.

Vale ressaltar que a rede de apoio de uma mãe é extremamente valorosa! Abraçar uma mãe e dar a ela todo o suporte necessário para caminhar na nova realidade faz com que se sinta verdadeiramente capaz de ser mãe e continuar sendo mulher, filha, amiga, companheira, estudante, profissional, viajante e tantas outras ocupações que lhe couberem. O apoio e entendimento deve acontecer não somente fora, mas essencialmente dentro das organizações.

A mulher tem o privilégio de poder gestar um outro ser dando continuidade à vida humana, mas insistem em tirar dessa mesma mulher, que pode gestar, a autonomia de gozar de tantos outros direitos pelas constantes cobranças. O direito é tirado da mãe biológica e da mãe adotiva. O direito é tirado da mãe. Ponto.

Altos muros figurativos são construídos ao redor das residências de mães e limitam seus alcances. Ser do lar, por exemplo, deveria ser uma escolha a partir da oferta de outras opções e não a única alternativa.

E enquanto a sociedade não mudar o que fazer? Que tal promover a mudança ainda que de grão em grão? Experimente pular o muro!