Maio: o mês da abolição da escravatura

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O mês de maio deve ser sempre lembrado por vários motivos, dentre eles, por se tratar do período em que se aboliu a escravatura no país. Poderíamos, sim, apenas trazer essa passagem como se fosse um motivo de comemoração (e é), mas é importante trazer tal momento histórico para que possamos deixar fresco em nossa memória, o quanto a branquitude é violenta.

Foram quase 400 anos de escravização do povo negro, de assassinatos, de chibatadas, de estupros, de destruição das famílias oriundas da África. O legado branco é de tristeza, violência, desigualdade social e apagamento de nossa história. Intencionalmente esquecem de contar como a escravização da população negra foi um período nefasto. Não contam todas as incursões militares para destruir os quilombos, não dizem que se hoje no Brasil temos uma população miscigenada, é porque o homem branco estuprava a mulher negra. Ou alguém realmente acredita que o monstro da casa grande iria se casar por amor com quem ele dava chibatada, ter filhinhos e, assim, constituir a nação brasileira?

Temos que lembrar dessa passagem vergonhosa, porque se hoje a população negra é a que compõe as favelas, a que se encontra desempregada, a que menos estuda, a que mais morre, isso é o resultado da herança da escravidão. Precisamos apontar para todos os brancos e dizer: “se hoje você tem casa, carro, estudou e tem um trabalho é porque é herdeiro do roubo histórico da escravidão; e se realmente quer mudar o Brasil, terá que começar a reconhecer os seus privilégios”. Já dizia Angela Davis: “não basta não ser racista, é preciso ser anti-racista”. Se você é branco, se pergunte onde estão xs negrxs em todos os lugares que estiver e, em seguida, elabore sua resposta. Deste modo, você irá começar a perceber que a nossa invisibilização é para manter a sua visibilidade.